Ser sequestrado ou “desaparecer do nada” é uma realidade tão presente e desafiadora que a Organização das Nações Unidas escolheu uma data para destacar esse problema, o Dia Internacional das Vítimas de Desaparecimentos Forçados. Em apenas um ano, 3.829 cristãos foram sequestrados ou desapareceram em contexto de perseguição, de acordo com os dados da Lista Mundial da Perseguição 2022.
No mundo todo, cristãos simplesmente “somem” por causa da fé em Jesus. Esposas e filhos ficam desamparados e famílias angustiadas esperam a volta dos entes queridos. Os principais responsáveis pelos desaparecimentos forçados são o Estado e os grupos extremistas que atacam repetidamente e escondem o paradeiro das vítimas.
Sumiço repentino
O pastor Raymond Koh, por exemplo, desapareceu em fevereiro de 2017 na Malásia. Tudo que Susanna, a esposa dele, sabe é que Koh foi raptado por 15 homens mascarados envolvidos com o governo. Ela ainda mantém a esperança de reencontrar o marido, apesar da falta de novidades no caso.
Além do pastor Koh, outros cristãos malaios desapareceram da mesma forma. Isso mobilizou a população a pressionar o governo com marchas e cartazes solicitando uma resposta sobre o paradeiro das vítimas.
Na Síria, a cristã Jina não sabe onde está o marido, Rober. Ele foi abordado por extremistas a caminho do trabalho, em março de 2013. Quando se recusou a abandonar Jesus, ele foi sequestrado. Um colega que estava com Rober contou essa história para Jina e é tudo que ela sabe.
Por causa dos muitos anos sem notícias, Jina foi considerada viúva e precisa cuidar sozinha do filho, Apo, que tinha apenas um ano quando tudo aconteceu. Jina e Apo são beneficiários de projetos do Centro de Esperança na Síria e, apesar da falta de Rober, conseguiram o apoio e a orientação de que precisavam.
Violência
Os ataques de extremistas na Nigéria também causam o desaparecimento de cristãos. O exemplo mais conhecido são as meninas de Chibok. Em abril de 2014, 275 meninas foram raptadas pelo Boko Haram. Oito anos depois, ainda não se sabe o paradeiro nem o estado de 111 delas. Algumas meninas foram libertadas, outras foram resgatadas em 2018, mas a dúvida sobre a situação das meninas persiste.
Em Bangladesh, a família do cristão Jashim também ficou desaparecida por quase duas semanas quando parentes muçulmanos atacaram a casa deles. A recuperação de Jashim após as agressões físicas foi muito difícil sem notícias sobre a esposa e os filhos. Parceiros locais da Portas Abertas se mobilizaram e conseguiram encontrar e resgatar a família, que, apesar da perseguição, continua confiando em Jesus.
Fonte: Portas Abertas