Feministas de associações ligadas à Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB) fizeram uma manifestação na manhã desta segunda-feira (20) para lembrar mulheres que ficaram com seqüelas ou morreram por causa de abortos inseguros.

Elas usaram sapatos para representar as mulheres mortas por complicações de abortos clandestinos, segundo informações da Agência Brasil.

De acordo com Federação Internacional de Planejamento Familiar são realizados cerca de 1 milhão de abortos inseguros todos anos no Brasil. O problema é mais grave na região Nordeste do país.

A representante da Associação Aquariana de Mulheres no Piauí, Silvana Oliveira, afirmou que o ato é para que o governo ouça as reivindicações das mulheres. “Há milhares de vozes clamando pela legalização do aborto como uma questão de direitos humanos, porque são os direitos humanos das mulheres que estão sendo violentados”, afirma.

Silvana Oliveira é contra a votação de um plebiscito para que a população brasileira decida pela legalização ou não do aborto, como o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, propôs.

“Não é preciso um plebiscito não. Você quer um plebiscito para ser manipulado pela elite? Para ficar na mão de uma Igreja que se mobiliza historicamente contra as mulheres? Que impede a participação das mulheres nessa mesma Igreja?”, diz Silvana. “Esse plebiscito seria mais uma hipocrisia”.

As feministas participam da 2ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres. Durante o evento são discutidos temas como o enfrentamento à violência, igualdade no trabalho, saúde das mulheres, direitos reprodutivos e o Plano Nacional de Política para as Mulheres.

Nesta terça-feira (21), as participantes da conferência vão realizar a Marcha das Margaridas na Esplanada do Ministérios para chamar atenção do Congresso Nacional e do Poder Executivo para as reivindicações femininas.

Fonte: G1

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