No programa Pânico desse domingo, 24 de março, Sabrina Sato entrevistou o deputado pastor Marco Feliciano. O deputado falou sobre infância, a polêmica da Comissão de Direitos Humanos e preconceito.

A introdução à entrevista foram manchetes sobre a escolha de Marco Feliciano para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara e ainda, trechos de pregações do pastor. Um questionamento do programa foi: “Mas será que ele despreza mesmo negros, mulheres e gays?”

“Eu nunca disse que negro é amaldiçoado. Setenta por cento dos membros da igreja evangélica brasileira são afrodescendentes”, afirmou sobre o assunto. Ele explicou uma das vertentes bíblicas que defende que “o continente africano foi formado por um dos descendentes de Noé, e esse havia sido amaldiçoado”.

“Não se pode falar que uma pessoa é isso ou aquilo por causa de 140 caracteres. Para uma pessoa ser racista ela tem que ter um histórico racista. Tem que conhecer a pessoa”, acrescentou.

“O meu pessoal me apresentou a página no Facebook com a minha foto e com mais de cem frases racistas, que na verdade era falsa. (…)”, denunciando o seu perfil falso que foi criado.

Sobre declarações entendidas como homofóbicas, ele respondeu que como deputado tem que defender a constituição, que afirma que o casamento é a união estável entre um homem e uma mulher.

“Direitos sim, privilégio não. (…) Eles precisam lutar com um pouco mais de inteligência; tragam o projeto, coloquemos em votação e isso é votado pelo colegiado. E que vença o melhor argumento. Porque esses ativistas nunca fizeram isso? Eles têm que mudar primeiro a constituição, pra depois ser votada as outras coisas. (…) Nós já tentamos sentar com o pessoal da PL 122 pra apresentar alguma coisa que chegue ao bem comum de todas as pessoas. O deputado Jean Wyllys, antes da votação, eu chamei ele num cafezinho ali no plenário e eu falei: ‘Jean vamos tentar um diálogo’”, disse sobre os direitos de homossexuais.

Marco Feliciano também falou sobre o relacionamento conturbado com o deputado Jean Wyllys. “Meu relacionamento com o Jean aqui dentro, sempre conversamos amigavelmente. Mesmo ele vem me alfinetando sempre pelo Twitter. A diferença é que o povo dele vem pra briga e o meu povo só ora. Os evangélicos não são contra gays, eu não sou”, afirmou.

“Eu não sou homofóbico. O problema são os ativistas. Eles recebem pra isso. Eles vêm pra tumultuar, não vem pra o diálogo. Quarta-feira passada nós votamos dois assuntos que eram interessantes a eles. Pergunta se eles escutaram”, falou ainda Feliciano.

“Os gays, qualquer direito que eles tenham roubado, e procurar a Comissão, vão ser ouvidos da mesma forma (…). “Existem comunidades no Brasil, que são negros herdeiros da época da escravidão, e algumas terras deles estão sendo tomadas. Já temos aqui umas duas audiências públicas programadas para isso”, declarou Feliciano sobre o que planeja para defender os direitos dos afrodescendentes.

Sobre uma possível renúncia, Marco Feliciano respondeu com convicção, “Uma renúncia minha agora, é como se eu assinasse um atestado de confissão. ‘Eu sou mesmo, então estou abandonando’. Então, eu não sou. Não sou e estou aqui para provar isso”, afirmou.

Marco Feliciano ainda falou de sua infância com dificuldades financeiras e o preconceito por ser de família humilde e engraxar sapatos nas ruas. Ele ainda admitiu ter tido problemas com drogas na adolescência.

Sobre direitos humanos, o deputado ensina o significado: “Você não sabe, fui eu que provoquei uma notícia sobre um iraniano que estava preso no corredor da morte. Ele havia sido acusado do crime de apostasia, havia deixado o Islã e havia se transformado em cristão. Eu lutei por ele aqui dentro, fui até o Itamaraty, tiramos ele do corredor da morte. O Irã perdoou ele, não morreu. Isso é Direitos Humanos”, disse o pastor Feliciano referindo-se ao caso do pastor iraniano Yousef Nadarkhani.

[b]Fonte: The Christian Post[/b]

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