O candidato republicano à Casa Branca, John McCain, foi na sexta-feira a programas de TV para tentar cortejar o eleitorado feminino, mas em um deles ouviu vaias ao criticar o direito ao aborto.

“Acredito que [o caso] Roe versus Wade foi uma decisão muito ruim, foi uma decisão ruim”, disse McCain no “The View”, da rede ABC, sobre a sentença de 1973 da Suprema Corte que estabeleceu o direito ao aborto nos EUA.

A platéia feminina, que havia aplaudido várias declarações do candidato, reagiu com algumas vaias. A pergunta havia partido de Elisabeth Hasselbeck, adversária do aborto e partidária da guerra do Iraque, que havia declarado voto nele.

Ele também foi pressionado a respeito da inexperiência da sua candidata a vice, a governadora do Alasca, Sarah Palin. A entrevistadora Barbara Walters o interrompeu várias vezes para questionar que mudanças específicas a dupla pode fazer em Washington.

McCain foi aplaudido ao falar de sua fé em Deus e ao defender a separação entre Igreja e Estado. A atriz Whoopi Goldberg, uma das cinco entrevistadoras, perguntou se a religião orientaria seu eventual governo.

“Todos, obviamente, têm direito à sua fé. Rezo todos os dias por orientação e por fazer a coisa certa”, disse McCain.

Na quarta-feira, McCain já havia participado de uma mesa-redonda com mulheres na Filadélfia, um reduto democrata, e na sexta-feira gravou também uma participação na cozinha do estúdio do “Rachel Ray Show”, entre costeletas grelhadas e vestindo um avental com os dizeres “beije o candidato”. O programa vai ao ar no dia 22.

McCain espera conquistar eleitoras frustradas com a derrota de Hillary Clinton nas primárias democratas.

O senador disse que ele e sua esposa, Cindy, que também foi ao “The View”, não compartilham da opinião mais conservadora de sua vice, segundo quem não deveria haver exceções para o aborto nem em caso de estupro e incesto.

Pesquisa Washington Post/ABC News publicada na terça-feira mostrou que grande parte do crescimento da candidatura de McCain desde a escolha de Palin e a convenção republicana se deve ao apoio de eleitoras brancas.

Fonte: G1

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