A maioria dos mexicanos que vive na região metropolitana da capital mexicana acredita que a religião não influi nas suas preferências eleitorais, constatou pesquisa realizada pela Escola Nacional de Antropologia e História (ENAH).

A pesquisa também revelou que 20% dos entrevistados entendem que a filiação religiosa poderia condicionar o voto.

Embora minoritária, essa porcentagem poderia definir os resultados eleitorais do próximo domingo, após a denúncia do Observatório Eclesial, em meados deste mês, indicando que alguns líderes e sacerdotes católicos estavam tratando de orientar o voto a favor do candidato de sua preferência.

As últimas pesquisas eleitorais projetaram uma diferença de votos muito estreita entre os dois candidatos mais fortes, o esquerdista Andrés Manuel López Obrador, da coalizão Pelo Bem de Todos, e Felipe Calderón, do Partido Ação Nacional (PAN), da situação.

A pesquisa da ENAH, similar àquelas realizadas pela escola nas eleições de 2000 e 2003, foi coordenada pelo professor Elio Masferrer e revelou que um terço dos consultados considera que os políticos são temerosos a Deus e se ajustam a certos valores éticos e religiosos.

Por outro lado, para a maioria dos consultados a orientação da igreja a favor de um ou outro candidato trata-se mais de uma pressão do que uma influência aberta. “As igrejas tendem a marcar agenda, isto é, pôr os seus temas na frente, como no caso da católica, no que diz respeito à vida e à rejeição de casamentos entre homossexuais”, disse Masferrer.

A separação entre Igreja e Estado não está muito clara para a maioria dos entrevistados, pois apenas 25% responderam com um “não” à pergunta se política deve estar mesclada com religião, enquanto um terço assegurou que levará em conta o comportamento do candidato em matéria religiosa na hora do voto.

Contrasta, em troca, a percepção de 49% dos consultados, que não concordam que políticos introduzam questões religiosas em suas mensagens, enquanto que 14% qualificaram de “hipócritas” os candidatos que utilizam a temática religiosa nas campanhas.

Masferrer declarou ao “La Reforma” que, segundo a sondagem realizada, 79% dos entrevistados praticam a religião católica, o que representa uma baixa de 8% em relação à pesquisa anterior. Não obstante, 82% manifestaram que batizariam seus filhos no catolicismo.

Fonte: ALC

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