A missionária suíça Beatrice Stöckli. (Foto: Reprodução / The Local)
A missionária suíça Beatrice Stöckli. (Foto: Reprodução / The Local)

Beatrice Stöckli, uma missionária evangélica suíça sequestrada há quatro anos no Mali, foi morta por seus captores, de acordo com o Departamento Federal Suíço de Relações Exteriores (FDFA).

“Foi com muita tristeza que soube da morte da nossa concidadã. Condeno este ato cruel e expresso meus mais profundos pêsames aos familiares”, disse o conselheiro federal Ignazio Cassis em mensagem compartilhada no Twitter.

O FDFA foi informado pelas autoridades francesas, depois que a assistente social Sophie Pétronin, que foi recentemente libertada junto com um político da oposição do Mali e dois italianos, relatou a morte de sua colega refém da Suíça.

“Ela foi aparentemente morta por sequestradores da organização terrorista islâmica Jama’at Nasr al-Islam wal Muslim (JNIM) há cerca de um mês”, apontou o FDFA em um comunicado.

JNIM é uma milícia terrorista islâmica, um dos grupos de combate mais cruéis do Sahel africano. É composto por remanescentes do braço da Al-Qaeda, AQMI, e dos “Ajudantes do Islã” (Ansar al-Islam). Ambos lutam há anos no Mali, Burkina Faso, Níger e Chade contra cristãos e ocidentais.

O FDA está “envidando todos os esforços para descobrir mais sobre as circunstâncias do assassinato e o paradeiro dos restos mortais. A Suíça fará todos os esforços para preservar os restos mortais da refém suíça. Para este fim, o FDFA também abordará o governo de transição no Mali”.

As autoridades suíças “trabalharam nos últimos quatro anos para garantir que ela fosse libertada e pudesse voltar para sua família. Membros do Conselho Federal têm feito lobby pessoal e repetidamente junto às autoridades competentes do Mali pela sua libertação”.

Beatrice Stöckli foi pela primeira vez a Timbuktu, Mali, com o grupo missionário com sede na Alemanha, o Neues Leben Gana (Nova Vida Gana) liderado pelo pastor cristão evangélico Jörn André.

Poucos anos depois, ela decidiu trabalhar sozinha “ensinando crianças a ler e escrever, usando contos de fadas e histórias infantis e as passagens do Alcorão que falam de Jesus”, informa o site de notícias suíço Livenet.

Ela foi sequestrada pela primeira vez em abril de 2012 pelo grupo jihadista Ansar Dine. Um líder da mesquita vizinha a denunciou como missionária, de modo que os extremistas a arrastaram para o deserto, onde Stöckli foi torturada e ameaçada de assassinato pela primeira vez, para forçá-la a negar Jesus e se converter ao Islã.

Após nove dias de cativeiro foi libertada, devido à mediação do governo do Burkina Faso, e Stöckli decidiu regressar a Timbuktu, para continuar com o seu trabalho missionário, apesar das ameaças.

Há quatro anos, “homens armados bateram em sua porta, ela abriu e eles saíram com ela”, informou a Agence France-Presse em janeiro de 2016.

Ela foi sequestrada novamente, junto com os reféns da França, Itália e Mali recentemente libertados. Durante os mais de quatro anos em que foi sequestrada, Stöckli supostamente apareceu em vários vídeos apelando a seu governo por sua libertação e pela libertação de combatentes jihadistas da AQMI presos em Mali.

De acordo com o relato dos reféns libertados que estavam com ela, os extremos arrastaram Stöckli para uma cavidade de cascalho no deserto de pedra e a mataram.

Diversos líderes cristãos expressaram suas condolências. “Estamos em pensamento e oração com os familiares da missionária Beatrice Stöckli de Basel, assassinada no Mali”, destacou Peter Schneeberger, presidente da Associação das Igrejas Livres da Suíça, no Facebook.

Fonte: Guia-me com informações de Evangelical Focus

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