A Igreja Católica da França ainda não se pronunciou sobre os questionamentos a respeito da freira do país, que teria se curado do Mal de Parkinson após rezar para João Paulo II. A veracidade do milagre foi posta em dúvida pela imprensa polonesa.

A religiosa Marie Simon-Pierre teria se curado do Mal de Parkinson após rezar por dois meses para o falecido pontífice. Ontem, o jornal polonês Rzeczpospolita afirmou que, na verdade, a freira teria “uma doença com sintomas semelhantes ao do Mal de Parkinson”.

“Trata-se do parkinsonismo, que é curável com medicamentos específicos”, teria explicado o neurologista Grzegorz Opala, de acordo com a publicação. O jornal também informou que Simon-Pierre estaria “novamente doente”.

A congregação das Irmãzinhas das Maternidades Católicas, à qual pertence a freira, não se pronunciou até o momento a respeito de seu estado de saúde. Questionado pela ANSA, o porta-voz da Conferência Episcopal Francesa, Bernard Podvin, também não respondeu.

Da mesma forma, o núncio apostólico em Paris, dom Luigi Ventura, não quis comentar o assunto.

“Eu estava doente e agora estou curada. Cabe à Igreja se pronunciar e reconhecer que é um milagre”, havia dito a freira francesa em uma entrevista coletiva em 2007. A cura foi objeto de investigação por parte da diocese local, que elaborou um documento conclusivo e o enviou à Congregação para as Causas dos Santos, no Vaticano.

Na opinião de Simon-Pierre, sua cura se trata de “uma obra de Deus com a intercessão de João Paulo II”. Na época, ela afirmou que havia interrompido o uso de medicamentos para a cura do Mal de Parkinson.

Para o jornal polonês que levantou os questionamentos, o caso poderia atrasar o processo em andamento no Vaticano de beatificação de João Paulo II.

No fim do ano passado, o papa Bento XVI assinou o Decreto das Virtudes de seu antecessor, elevando-o ao título de “venerável”. Para a finalização do processo é necessária a comprovação de um milagre e, consequentemente, a assinatura do Decreto dos Milagres, o que poderia ocorrer ainda este ano.

Fonte: Ansa

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