Daniel é jovem e acredita que sua missão é permanecer no Iraque para reconstruir o país (Foto: Portas Abertas)
Daniel é jovem e acredita que sua missão é permanecer no Iraque para reconstruir o país (Foto: Portas Abertas)

Rapazes e moças são o vigor também das igrejas e muitos deles tornam-se os futuros líderes da comunidade cristã. No entanto, em países como Iraque e Síria, a presença deles está cada vez menor. Ambas as nações foram destruídas pela invasão do Estado Islâmico, enfrentam uma crise econômica severa e, no caso da Síria, houve ainda terremotos em fevereiro de 2023.

A cidade iraquiana de Mossul, por exemplo, dominada durante anos pelo Estado Islâmico, completou seis anos de libertação ontem. A presença e os vestígios da presença dos extremistas permanecem desafiando a igreja a se reerguer e sobreviver à perseguição.

Por isso, entre 2015 e 2022, a Portas Abertas trabalhou na campanha Esperança para o Oriente Médio, para que os cristãos locais fossem acolhidos em suas principais necessidades e se tornassem relevantes onde estão. Mas ainda há muito a fazer pelos seguidores de Jesus na região e agora é hora de apoiar a campanha Faça a esperança durar.

Força para recomeçar

“Queremos fortalecer a igreja e o que resta, para que o testemunho de Cristo permaneça e o evangelho avance”, explica Thomas (pseudônimo), diretor de campo da Portas Abertas no Oriente Médio e no Norte da África.

Um dos desafios atuais é manter os jovens nos países para que eles ajudem a reconstruir a nação. Porém, Thomas explica que a maioria deles só continua na região por falta de opção, seja porque a Europa fechou as fronteiras, porque não têm dinheiro ou porque têm responsabilidades com os pais. “A maioria não tem um futuro brilhante aqui e eles sabem disso. Precisamos investir nos que ficam. Eles precisam crescer em fé para sobreviver à desesperança e à falta de perspectiva”, relata.

Desde que o trabalho começou na região, os jovens cristãos foram beneficiados com diversos projetos de discipulado. E uma das maneiras de fazer isso é por meio do esporte. “Vemos uma mudança de caráter. Muitos dizem que encontraram propósito na vida por meio desse projeto. Esse é um resultado direto da leitura e da aplicação da Bíblia em suas vidas”, garante Thomas.

Entretanto, muitos jovens cristãos sentem-se abandonados e sem esperança. Eles precisam entender que o Senhor tem um propósito maior para eles naquele local e que são como Neemias, chamados para restaurar o país e resplandecer a luz de Cristo no meio de seu povo.

Fé em ação

“Nossa existência está ameaçada. Muitos dos jovens só pensam em sair do Iraque”, revela o líder cristão Daniel. Assim como ele, outros líderes cristãos lutam para que os jovens permaneçam e ajudem a construir um novo futuro tanto para a igreja, como para a sociedade. Para isso acontecer, as igrejas se tornaram Centros de Esperança e agora apoiam rapazes e moças em suas diversas necessidades.

De acordo com Daniel, várias atividades nos Centros de Esperança envolvem os jovens cristãos e vão desde cuidados pós-trauma a cursos profissionalizantes. Além disso, eles participam de um treinamento sobre liderança. “Uma das coisas principais em que estamos focando é despertar novos líderes de jovens para a comunidade. Para que exijam seus direitos, lutem por sua comunidade e resolvam os muitos problemas que ela enfrenta”, explica.

O líder cristão de 32 anos sabe que as oportunidades profissionais no exterior são mais vantajosas tanto para ele como para os jovens de sua igreja. No entanto, ele acredita que a presença cristã no Iraque depende de a nova geração ficar no país. “Estamos trabalhando muito para preservar nossa existência. Meu grande sonho é que os jovens fiquem e tornem-se sal e luz neste país. Precisamos deles no futuro para levar nossa comunidade a um lugar melhor.”

Fonte: Portas Abertas

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