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Igreja católica recolhe assinaturas para barrar candidatos com ‘ficha suja’

A partir de domingo, 29, serão colocadas nas portas das igrejas católicas de Campo Grande listas para a coleta de assinaturas de apoio a um Projeto de Lei de Inciativa Popular elaborado por bispos do Brasil. O objetivo é impedir a candidatura a cargos públicos de pessoas que tenham pendências na Justiça.

A medida quer atingir políticos que tenham cometido “crimes graves que põem em dúvida a honra e a honestidade do candidato”, conforme circular assinada pelo arcebispo de Campo Grande, Dom Vitório Pavenello, que está sendo distribuída às paróquias e fiéis da Capital.

A iniciativa dos bispos católicos do Brasil foi definida na última Assembléia Geral em Itaici, São Paulo.

“É chegado, pois, o momento de começarmos com toda ênfase a coleta de assinaturas para o aprimoramento da lei 9840 para, em seguida, enviarmos à Comissão Brasileira de Justiça e Paz, as listas preenchidas a fim de que elas, somando as demais vindas de todas as dioceses, às encaminhe à instância governamental devida, para tornar lei federal a proposta popular dos cidadãos brasileiros”, diz a circular.

No mesmo documento, Dom Vitório Pavanello chama atenção dos fiéis para o fato de que quem se recusar a assinar as listas estará cooperando para que pessoas “indignas e desonestas” ocupem cargos políticos “com grande prejuízo para a nação brasileira”.

Está sendo solicitado aos páracos que providenciem o lugar mais acessível para os fiéis chegarem até a lista e assinar. A circular deve ser lida nas missas e celebração da Palavra de Deus em todos os domingos até o dia 31 de agosto, ao fim do sermão ou na hora dos avisos.

OAB-MS

A OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil), seccional Mato Grosso do Sul, apóia medidas para barrar candidaturas de candidatos com “ficha suja” desde que tal fato esteja previsto em lei.

Recentemente, o presidente da entidade, Fábio Trad se posicionou contrário aos TREs (Tribunais Regionais Eleitorais) que cogitavam recusar registro de candidatos com pendências judiciais. Conforme Fábio, é necessário respeitar o princípio da presunção da inocência.

Ele defende que deve-se aguardar o processo transitar em julgado, ou seja, em definitivo, para somente depois se concluir a culpa do acusado.

O presidente da OAB que estava em reunião não pode atender à reportagem do Midiamax.

Mas, o secretário-geral da Ordem, Ari Raghiant Neto esclarece que a posição da entidade continua a mesma.

Porém, ele considera correta a tentativa dos bispos de modificarem a legislação. “A OAB é guardiã da Lei. O que a lei determinar deve ser feito”, esclareceu.

Raghiant explica que para ser encaminhado ao Congresso, o projeto de lei de iniciativa popular precisa obter a assinatura de 1% dos eleitores do Brasil, distribuídos em cinco estados, conforme determina a Constituição Federal.

CNBB

A proposta da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) vem depois da derrota no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) da tese de proibição de registro de candidatura de pessoas com a ficha suja. A liberação dos candidatos que estão sendo processados venceu por 4 votos a 3.

A alegação dos ministros é que não existe nada na lei que permita o bloqueio dessas candidaturas. O presidente do TSE, ministro Carlos Ayres Britto, chegou a cobrar do Congresso uma mudança na legislação.

“Há uma lacuna na lei, por isso a nossa iniciativa de projeto de lei popular. Hoje o candidato a um concurso público precisa ter a ficha limpa, mas o candidato a uma eleição, não”, disse o secretário-geral da CNBB, dom Dimas Lara Barbosa.

“Se conseguirmos 1,5 milhão de assinaturas temos chance de dar a nossa contribuição para levar a uma reforma política”.

Fonte: Midiamax

Vaticano nega envolvimento do ‘banqueiro de Deus’ em misterioso seqüestro

O Vaticano desmentiu nesta terça-feira qualquer envolvimento do falecido arecebispo americano Paul Marcinkus, mais conhecido cmo o ‘banqueiro de Deus’, no misterioso seqüestro de uma adolescente em 1983, como afirmam os principais jornais italianos.

“São acusações infames e sem fundamento contra monsenhor Marcinkus, que morreu há muito tempo e não pode se defender”, afirma a nota divulgada pelo Vaticano.

Segundo os jornais Il Corriere della Sera e La Repubblica, uma testemunha do seqüestro, em Roma, da jovem Emanuela Orlandi, ocorrido em junho de 1983, o arcebispo Marcinkus foi a pessoa que teria ordenado seqüestro da moça, filha de um funcionário da Santa Sé.

As declarações da testemunha, então amante dos célebres chefes da temida organização criminosa romanda “bando de Magliana”, são consideradas pouco confiáveis, não apenas pelo Vaticano, como também pela família Orlandi e a própria imprensa, que descobriu inúmeras contradições e incoerências no relato.

“Emanuela Orlandi foi seqüestrada não por dinheiro e sim por ordem do monsenhor Marcinkus. Ela foi raptada para enviar um sinal, uma mensagem dirigida a seus superiores”, afirma Sabrina Minardi, ex-amante de Enrico Pedis, chefe do bando romano, segundo a versão do jornal La Repubblica.

Para a testemunha, o seqüestro da adolescente, que comoveu o país, foi uma espécie de advertência ao próprio Papa João Paulo II, que começava a questionar o arcebispo americano pela maneira com que conduzia as finanças da Santa Sé.

Marcinkus, investigado pela justiça italiana, se viu obrigado a deixar o Vaticano em 1990 e voltou para os Estados Unidos, onde morreu em 2006.

Fonte: AFP

El País: Os maçons aumentam seu poder em Portugal

Destacados dirigentes políticos, inclusive ex-presidentes da República, militares, empresários, banqueiros e intelectuais pertencem a alguma loja maçônica em Portugal. A influência política e econômica da sociedade secreta no país vizinho (da Espanha) é inquestionável, e tudo indica que aumentará.

A meta é 2010, comemoração do centenário da República. A maçonaria aspira por uma grande participação nas comemorações e quer ser aceita como interlocutor na comissão oficial.

Segundo o jornalista Antonio Melo, bom conhecedor do mundo maçom, o Grande Oriente Lusitano (GOL) aspira por um papel de destaque nas cerimônias do centenário, semelhante à do presidente da República ou do Parlamento.

Há algumas semanas, o GOL reelegeu Antonio Reis como o Grão-Mestre. É um historiador de 60 anos, fundador do Partido Socialista, participante destacado da revolução dos cravos (abril de 1974) que acabou com a ditadura, e ex-ministro da Cultura. Reis se nega a revelar nomes de maçons em cargos importantes. As normas exigem que se mantenha em segredo a identidade dos “irmãos”, embora existam alguns que deixaram de esconder a adesão há algum tempo.

O ex-presidente socialista Mário Soares (1986-1996) tornou-se maçom na França, durante o exílio. Seu filho João, ex-prefeito de Lisboa, é um ativo maçom, assim como outros ministros do atual governo socialista.

Em política, a maioria dos maçons está no PS e no Partido Social Democrata, embora existam filiados no direitista Centro Democrático Social – Partido Popular e simpatizantes comunistas. Vários dos capitães de abril são maçons, incluindo o coronel da reserva Vasco Lourenço, coordenador do processo revolucionário.

Os maiores inimigos das lojas têm sido as ditaduras, de Salazar em Portugal e de Franco na Espanha, e a Igreja católica, que emitiu mais de 10 bulas, condenando a Maçonaria como diabólica. O salazarismo proibiu suas atividades e expropriou seus bens. Mas antes, na primeira República (1910-1926), os três presidentes foram grandes mestres. No século XIX, chegaram ao mais alto cargo. O rei Dom Pedro IV (Dom Pedro I) o foi do Grande Oriente do Brasil.

Fonte: El País

Juiz que paralisou obras em morro disse que projeto era slogan de Crivella

O juiz do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Rio Fábio Uchoa, que decidiu pela paralisação das obras do projeto Cimento Social no morro da Providência (centro do Rio), disse acreditar obras eram apenas um “slogan da campanha do senador Marcelo Crivella” (PRB). Crivella é pré-candidato à prefeitura do Rio.

Depois da decisão do TRE, o governo decidiu decidiu pela retirada das tropas do Exército da comunidade. Os militares faziam a segurança das obras desde dezembro do ano passado.

A decisão foi feita na manhã desta terça-feira e foi baseada em denúncia anônima com um folheto das obras, que traz uma foto do senador Crivella à frente de uma simulação de como ficaria o morro com as obras concluídas. A decisão considera que o projeto tem finalidades eleitorais e beneficia Crivella.

“A obra estava potencializando a campanha do senador e isso fere o princípio eleitoral”, disse Uchoa.

Dois principais fatores motivaram a decisão pelo embargo às obras, segundo o juiz. Primeiro, Uchoa disse ter constatado que, apesar de as obras já estarem sendo feitas desde dezembro do ano passado, o convênio entre os ministérios das Cidades e da Defesa para o projeto só foi assinado em janeiro deste ano. Como é um ano eleitoral e o projeto é de autoria de um pré-candidato, as verbas não poderiam ser liberadas, sustenta o juiz. Além disso, Crivella havia apresentado o projeto para as verbas para o Cimento Social no Senado, mas ele nunca chegou a ser votado e aprovado.

“O senador chegou a apresentar esse projeto [no Senado], só que ele nunca chegou a ser transformado em lei. Mesmo assim, o governo federal firmou acordo entre os ministérios das Cidades e do Exército para implementar o projeto Cimento Social, que resta apenas como slogan da campanha do senador Marcelo Crivella. E esse acordo só foi firmado em 2008, que é ano eleitoral”, afirmou Uchoa.

Pela decisão do juiz, Crivella tem um prazo de 48 horas –a contar de quando for notificado pela Justiça– para apresentar, à 176ª Zona Eleitoral do Rio, esclarecimentos sobre o folheto em que aparece ao lado das obras. Uchoa disse que ele terá que dizer quantos folhetos foram produzidos, em qual gráfica e se ainda há material a ser distribuído.

Em nota oficial nesta terça-feira, o senador Crivella negou que o projeto Cimento Social tenha “qualquer conotação eleitoreira”. “Lamento que obra tão importante para a melhoria das condições de vida de 782 famílias tenha sido paralisada por causa da contaminação do debate político provocada pela proximidade da disputa eleitoral”, afirmou.

Revolta

A presença do Exército no morro gerou uma crise a ser administrada pelo governo federal após 11 militares que atuavam no morro serem presos por suspeita de participação na morte de três moradores da comunidade. Eles confessaram à Polícia Civil que prenderam os rapazes e os entregaram para traficantes do morro da Mineira, ligados à facção criminosa ADA (Amigos dos Amigos), rivais dos criminosos que atuam no morro da Providência, ligados ao CV (Comando Vermelho).

O advogado João Tancredo, que representa os familiares dos três jovens mortos, disse que a decisão não agrada aos moradores que representa. “Os moradores querem a obra, não querem o Exército nem a polícia, mas querem a obra”, disse. A associação de moradores do morro da Providência informou que planeja uma manifestação amanhã (25) em frente ao TRE do Rio, no centro da cidade, para protestar contra a paralisação das obras.

O juiz que determinou a paralisação das obras reconheceu que os moradores podem ficar revoltados com a decisão, já que muitas casas ainda não tiveram sequer os telhados concluídos. Disse, porém, que não lhe cabe avaliar isso. “É um problema que extrapola a minha decisão, que foi jurídica”.

Fonte: Folha Online

Herald Tribune: Como os princípios judaico-cristãos podem unir os EUA?

Falando ao país na noite em que assegurou a indicação democrata, Barack Obama rejeitou o tipo de política que “usa religião como uma cunha e patriotismo como uma clava”. Suas palavras acentuam a forma como a fé novamente se tornou uma força divisora na política americana.

Com um foco intenso em pregadores controversos e em casos onde a doutrina religiosa parece dividir os eleitores, mais notadamente nas questões de aborto e homossexualidade, nós perdemos de vista as formas com que o retorno aos valores fundadores dos Estados Unidos -incluindo a fé- podem novamente nos unir diante de problemas comuns.

Os fundadores dos Estados Unidos acreditavam que a fé religiosa era compatível com outros valores estimados: liberdade, democracia, justiça, igualdade, tolerância e humildade.

De fato, humildade e fé caminhavam de mãos dadas; homens como George Washington e Thomas Jefferson eram altamente conscientes de seu pequeno papel no mundo diante de uma força maior. E com a mesma freqüência com que políticos invocam o discurso “cidade na colina” do governador Winthrop aos puritanos, eles esquecem a última frase de Winthrop: faça justiça, ame a piedade e caminhe humildemente com seu Deus.

Para muitas pessoas de fé naquela época e agora, a justiça terrena era e é apenas uma imitação pálida da justiça divina. Mas de fato é uma imitação, no sentido mais sincero. A revelação divina vem com um código de conduta para a vida terrena.

Algumas pessoas de fé cristã tentam entender o que devem fazer se fazendo a pergunta: “O que Jesus faria?” Esta não é necessariamente uma abordagem ruim, mas não é o que temos aqui. A tradição judaico-cristã que serve de base e inspira a experiência americana ensina a virtude da participação em uma comunidade de mentalidade semelhante de boa vontade, uma que estende a oferta de participação a outros dispostos a agir de acordo com seus princípios.

Mas quais são esses princípios? Nós devemos nos preocupar não apenas com nós mesmos, mas com os outros. Nós devemos oferecer ajuda aos menos afortunados. Nós não devemos ser tão impiedosos em nossos julgamentos a ponto de ignorarmos nossas próprias falhas, que temos que nos esforçar para consertar.

Nós devemos tratar os outros da forma como desejamos ser tratados se estivéssemos no lugar deles. Nós devemos considerar o valor que damos a nossas próprias vidas como sendo o valor das vidas dos outros em nossa comunidade. Nós devemos estar dispostos a fazer sacrifícios pessoais em prol do bem desta comunidade de boa vontade e da extensão dos benefícios que proporciona aos outros.

Estes temas são recorrentes em algumas das passagens mais profundas do Velho e Novo Testamento. O fato do primeiro capítulo do Gênesis descrever os seres humanos como tendo sido criados à imagem de Deus há muito é visto como impondo obrigações às pessoas, não apenas em relação ao seu criador, mas também em relação ao próximo.

Nós precisamos reconhecer as formas com que o cristianismo e outras tradições religiosas apóiam ou mesmo governam estes princípios modernos de liberdade, justiça, tolerância e igualdade. Estes valores são as fundações de uma sociedade baseada na busca do bem comum para todos os membros da comunidade -tanto amigos quanto estranhos.

As pessoas religiosas podem agir de acordo com estes princípios pelo desejo de uma recompensa celestial (ou temor de punição divina). Mas também há recompensa neste mundo quando as pessoas agem de acordo com estes princípios. É o estabelecimento de sociedades e instituições políticas baseadas não no princípio de que o forte deve mandar no fraco em benefício do forte, mas no respeito que as pessoas têm pelo próximo quando reconhecem os direitos do outros e as obrigações em relação aos outros que os acompanham.

Um aspecto da genialidade destes arranjos é que eles estendem uma mão de boas-vindas para aqueles de tradições religiosas diferentes ou de nenhuma para se juntarem à comunidade de boa-vontade, o que não exige a adoção da tradição religiosa da qual deriva, mas sim a aceitação das obrigações em relação ao próximo.

Este entendimento da fé unifica em vez de dividir. Ele abre espaço para aqueles de muitas fés e para aqueles de nenhuma fé se unirem em torno de princípios morais de conduta tanto em casa quanto no exterior. Estes princípios não são generalizações abstratas, mas apontam para certas posições muito específicas de política externa. Eles exigem, por exemplo, que os Estados Unidos façam tudo o que puderem para impedir a matança em Darfur -o deslocamento, estupro e massacre de seres humanos por forças apoiadas pelo seu próprio governo.

Eles exigem um esforço determinado e incansável para buscar um mundo sem armas nucleares, livre da possibilidade horrível da incineração de milhões de seres humanos em um ataque nuclear.

E eles exigem uma reação à possibilidade de uma elevação do nível dos mares inundar ilhas e países do outro lado do mundo como sendo um problema em comum, da mesma forma como aceitamos nossa responsabilidade pelo mundo que poderemos legar aos nossos próprios filhos.

Nem sempre será fácil agir com base nestes princípios. Eles às vezes entram em conflito com outras considerações importantes em um mundo onde o poder político continua sendo um fato da vida.

Mas nós nunca devemos abandoná-los, e nunca devemos nos perguntar quão pouco precisamos fazer visando dizer que agimos de acordo com eles ou os levamos em consideração. Em vez disso, nós devemos nos perguntar quão mais podemos fazer. Enquanto existir uma lacuna entre o que fizemos e o que permanece possível, nós devemos agir para preenchê-la.

As pessoas também continuarão discordando em torno dos melhores métodos para buscar estes princípios, em termo de políticas, personalidade e partido político. Nós mesmos não votaremos nos mesmos candidatos em novembro.

A história do mundo está repleta de assassinatos inspirados pela fé; assim como nossa atual política americana freqüentemente coloca os devotos de uma fé contra os de outra em um combate menos sangrento, mas não menos ardoroso. Nós todos já ouvimos retóricas divisoras vindas do púlpito e não podemos deixar de notar a arrogância que freqüentemente parece estar por trás delas, em vez da humildade apropriada.

Mas este certamente não é o único tipo de fé. A fé de nossos fundadores, e a genialidade do sistema que a fé deles ajudou a inspirar, pode também elaborar uma política de propósito moral comum. Está aberto a todos nós escolher qual é o melhor caminho.

Fonte: International Herald Tribune

Em Salvador, interesses eleitorais também movem “santos”

O prefeito de Salvador, João Henrique, evangélico, é candidato a reeleição pelo PMDB, e Edvaldo Brito, ligado ao candomblé, é do PTB, e seu vice. O que poderia ser um belo exemplo da mistura étnica e religiosa da Bahia, está marcado por circunstâncias eleitorais e por fatos que antecederam a formação da chapa, em maio passado.

João Henrique Carneiro é branco, de uma conservadora família de políticos de Feira de Santana (a 110 km da capital baiana) e fiel adepto da tradicional Igreja Batista da Graça, um bairro da cidade. Ele tem evangélicos de vários matizes entre os assessores mais próximos, mantém uma bíblia sobre a mesa do gabinete e costuma fazer pronunciamentos em tons emocionais, às vezes messiânicos.

Edvaldo Brito é negro, professor de Direito Constitucional e Tributário e ligado à religião de seus ancestrais, o candomblé. Freqüenta, com a esposa, o famoso Gantois e consagrou a cabeça ao orixá Ogum, entidade do ferro e das demandas, no terreiro de nação keto (que tem raízes iorubás nigerianas) de Mãe Bida, localizado na cidade de Muritiba, recôncavo baiano, onde nasceu há 70 anos.

João Henrique é candidato a reeleição à prefeitura de Salvador, pelo PMDB, e Edvaldo Brito, do PTB, é seu vice. O que poderia ser um belo exemplo da mistura étnica e religiosa da Bahia, está marcado por circunstâncias eleitorais e por fatos que antecederam a formação da chapa, em maio passado.

No dia 27 de fevereiro, uma quarta-feira (no candomblé, dia de Iansã, a Oyá, senhora dos ventos e tempestades), por determinação de uma superintendência municipal, funcionários da prefeitura destruíram o terreiro de nação angola Oiá Onipô Neto, há quase duas décadas assentado numa área residencial da Avenida Jorge Amado, no bairro da Boca do Rio, sob alegação de irregularidade legais fundiárias. Paredes foram demolidas e objetos de culto, tidos como sagrados, violados.

A ação violenta teve ampla e negativa repercussão na cidade, gerou uma crise na equipe do prefeito e mobilizou protestos de entidades do movimento negro e de comunidades ligadas ao culto, que consideraram o fato uma “ação racista e de intolerância religiosa explícita”.

Acuado, com o ‘povo de santo’ e os militantes às portas do gabinete quase todos os dias, o prefeito disse que não teve prévio conhecimento da operação realizada e destituiu do cargo a superintendente e secretária de Planejamento Kátia Carmello, que acumulava as funções. A secretária, porém, continua à frente do Planejamento.

João Henrique recebeu ainda uma representação dos que protestavam, pediu publicamente desculpas à Mãe Rosa, líder religiosa do terreiro dedicado a Iansã, e comprometeu-se em reconstruir e legalizar a casa-de-santo, no mesmo lugar.

De olho na reeleição, os líderes peemedebistas avaliaram que o episódio faria estragos nas urnas, até porque Salvador é uma cidade com forte presença de afro-descendentes. E mais, com o avanço das igrejas evangélicas nos bairros populares já aconteceram conflitos, ameaças e invasões de alguns terreiros por grupos ‘cristãos’ mais radicais. Seria necessário descolar a imagem do prefeito evangélico de qualquer postura que pudesse significar preconceito racial e intolerância religiosa.

Uma sondagem feita em abril mostrou que o advogado Edvaldo Brito, ex-prefeito de Salvador nos anos de 1978 e 79, era o preferido dos eleitores entre os quatro negros que, em princípio, pleiteavam candidatura.

Ex-secretário de Justiça do Estado nos anos 70, secretário de Negócios Jurídicos na administração Celso Pitta, em São Paulo, especialista em leis e tributos, e ainda por cima, respeitado pela comunidade afro-descendente e filiado ao PTB, um partido integrado à base aliada do presidente Lula, Edvaldo foi sondado. Em maio, aceitou ser o vice na chapa de João.

“É uma chapa que retrata a pluralidade e o ecumenismo que são características de nossa cidade”, esquiva-se Edvaldo, preferindo falar de sua experiência e de como pode ser útil numa futura administração.

É o mesmo discurso que ecoa do Palácio Thomé de Souza, sede da prefeitura, onde João Henrique, na quinta-feira passada, recebeu homenagens de bispos da Igreja Universal pelos seus 49 anos. O aniversário também foi comemorado num ato ecumênico promovido pela direção da Santa Casa da Misericórdia, com a presença de pastores evangélicos batistas e um padre católico. Prefeito e líderes religiosos cristãos dizem que as crenças do vice ‘não importam’ nesse instante, mas sim ‘a competência e a capacidade de aglutinar forças pelo bem da cidade’.

Sobre a fé do professor Edvaldo Brito, a Bahia inteira tem conhecimento. No dia 2 de julho de 1977, designado pelo governador Roberto Santos, o então Secretário de Justiça foi a uma solenidade no Terreiro do Gantois entregar a Comenda da Ordem do Mérito Dois de Julho à famosa yalorixá Mãe Menininha, já adoentada e sentada numa cama. Ele mesmo conta o acontecido:

“Quando me curvei para colocar a comenda, meus dois joelhos se dobraram e bateram no chão, assim: pá! Já não pedi licença, mas agô”. Agô é a expressão iorubana com que os adeptos pedem licença antes de prostrar-se em respeito diante da mãe-de-santo (yalorixá).

Mãe Rosa, a do terreiro que foi derrubado, resume com sabedoria: “Nessa hora da política, para ganhar, vale qualquer coisa. Sempre ouvi dos mais velhos; cuidado, porque poder e política é feito jogo e dinheiro, é coisa de exu”. Exu, nos candomblés da Bahia, é o mensageiro, o dono das encruzilhadas.

Fonte: Globo Online

Arcebispo americano é acusado de participar de seqüestro na Itália

Uma testemunha apontou o desaparecido arcebispo americano Paul Marcinkus, conhecido como “banqueiro de Deus”, como sendo o responsável pelo famoso caso de seqüestro de Emanuela Orlandi, raptada em 1983, na Itália, publicou hoje a imprensa local.

A acusação foi transmitida pelos principais jornais italianos, apesar de o testemunho ter tido algumas incongruências e da família de Orlandi ter exigido provas de suas afirmações.

O relato da testemunha Sabrina Minardi relaciona Marcinkus, diretor do Instituto para as Obras Religiosas (IOR, mais conhecido como Banco Vaticano), com o crime, que abalou a Itália na década de 80.

Minardi foi a ex-amante de Enrico de Pedis, conhecido como Renatino, líder da Banda della Magliana, um dos grupos de criminosos que existiram no país nos anos 80 e a quem é atribuído o seqüestro de Orlandi.

Orlandi era filha de um empregado do Vaticano, estudava música e desapareceu em 22 de junho de 1983.

Segundo Minardi, que fez essas declarações em março passado aos promotores encarregados pela investigação, o objetivo do seqüestro era dar uma mensagem aos superiores de Marcinkus, inclusive ao papa João Paulo II, que começava a questionar o arcebispo após a quebra do Banco Ambrosiano, do qual o Banco Vaticano era acionista.

A testemunha assegurou também que foi ela própria que, sem saber que estava seqüestrada, levou Orlandi a um posto de gasolina perto do Vaticano, onde a entregou a um homem “com todo aspecto de sacerdote”, e que estava em um automóvel com placa do Estado pontifício.

Fonte: EFE

Roma aceita que movimento ultraconservador ignore o Concílio Vaticano II

O Vaticano desistiu de exigir dos ultraconservadores do movimento lefebvrista que reconheçam as reformas introduzidas pelo Concílio Vaticano II em meados da década de 60 a fim de acabar com o cisma, indicou nesta terça-feira o diário Il Giornale.

Para o vaticanista do jornal italiano, Andrea Tornielli, que conta com boas fontes dentro do movimento lefebvrista, o Vaticano enviou uma carta à Fraternidade de São Pio X, o movimento católico fundado pelo arcebispo francês Marcel Lefebvre, na qual ditou cinco condições para a reitegração do movimento.

Dentro dessas condições não se faz referência alguma às mudanças estipuladas pelo Concílio Vaticano II para modernizar a Igreja e se pede o reconhecimento da autoridade do Papa e o compromisso de defender a Igreja.

Até agora, o Vaticano exigia que fossem reconhecidos os ensinamentos do Concílio Vaticano II, entre eles aceitar a liberdade religiosa e o ecumenismo, assim como o respeito às reformas litúrgicas introduzidas, cuja falta de obediência provocou o cisma de 1988 com os lefebvristas.

A Fraternidade de São Pio X foi fundada em 1969 em Econe (Suíça) pelo monsenhor Lefebvre, que foi excomungado junto com os demais membros do movimento em 1988 pelo falecido Papa João Paulo II.

A Fraternidade de São Pio X rejeita qualquer abertura e renovação dentro da Igreja e defende a celebração da missa me latim, segundo o missal de Pio V, do século XVI.

Bento XVI deseja reintegrar os lefebvristas à Igreja e retomou o diálogo com o movimento poucos meses depois de chegar ao trono de Pedro em 2005.

A autorização em julho de 2007 da celebração da missa em latim, a chamada “tridentina”, tal como pedia o movimento ultraconservador, foi considerada como uma mão estendida aos lefebvristas.

Fonte: AFP

Transmissão de culto pela tevê marca 104 anos de fundação da IELB

No marco das celebrações dos 104 anos de presença missionária em terras brasileiras, a Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB) celebrou, no domingo, 22, culto de ação de graças na capela da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre.

Iniciativa inédita na IELB, o culto, celebrado pelos oito pastores da Comunidade São Paulo, de Canoas, foi transmitido ao vivo pela TV da Ulbra, que passará a incorporar cultos dominicais na sua grade de programação. A programação da emissora da universidade pode ser captada por parabólica em toda a América Latina.

Trouxeram música ao culto a orquestra sacra e o coro sacro da Ulbra e da Comunidade São Paulo. “Ainda temos que aprender como trabalhar com a televisão”, admitiu o pastor Lucas Albrecht, um dos capelães da Universidade, comentando que a formatação e liturgia do culto não sofreram mudanças com vistas à transmissão pela TV.

A IELB foi fundada em 1904, na localidade de São Pedro do Sul, próximo à cidade de Santa Maria, no centro do Estado do Rio Grande do Sul. Na época, a igreja tinha 14 pastores, em dez comunidades, reunindo três mil membros. Hoje, a IELB tem mais de 233 mil membros, em todos os Estados brasileiros.

Fonte: ALC

Egípcios tentam recriar a música dos faraós

Um grupo de arqueólogos e musicólogos egípcios tenta recriar, com base em hieróglifos antigos, a música que era ouvida nos tempos em que os faraós governavam o Egito.

Apesar de existirem várias imagens de músicos e instrumentos e menções de canções registradas em pedras ou papiros, os antigos egípcios não deixaram indicações que dessem pistas sobre a notação das músicas.

“A idéia é promover uma cooperação entre pesquisadores para tentar chegar ao som que era feito há milênios”, afirma Abdel Halim Nureldin, professor de arqueologia e ex-chefe do Conselho de Antiguidades do país, que coordena o projeto.

“Eles vão usar como base os hieróglifos e os movimentos mostrados nas imagens. Arqueólogos vão interpretar os textos para musicistas para tentar chegar juntos a uma conclusão”, diz Nureldin.

Cotidiano

O projeto é de responsabilidade da Universidade de Helwan, no Cairo, que há três anos já tem um curso de música antiga, que busca mostrar como as canções eram parte cotidiana da vida egípcia.

“Temos evidências de que havia música em todos os aspectos da vida egípcia, em todas as classes sociais”, afirma Nureldin.

“Homens, mulheres e crianças podiam ser músicos. Existem vários registros de pessoas tocando com os olhos vendados para aprimorar a técnica.”

O arqueólogo afirma que existiam canções religiosas, nacionalistas, militares ou que retratavam situações do cotidiano.

Elas eram tocadas em instrumentos de corda, sopro e percussão.

“Produzimos alguns instrumentos, mas ainda não sabemos com toda certeza os sons que eles têm, se estão sendo tocados da mesma forma que eram há milênios”, diz Nureldin.

“Acreditamos que as músicas tenham sido transmitidas por tradição oral, mas a ideía de que venhamos descobrir notações musicais não pode ser descartada.”

“Afinal foi esse povo que criou as primeiras letras e a escrita”, afirma o arqueólogo.

Fonte: BBC Brasil

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