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Gigantes, templos evangélicos ganham arquitetura de grife

templo luxuosoQuem transita diariamente pela Avenida Celso Garcia, importante corredor de ônibus que leva a população da zona leste de São Paulo para o centro, é surpreendido pelo edifício espelhado de cerca de 40 metros de altura, em meio aos prédios degradados do Brás. Será um hospital ou escritório?

Não há placa indicativa, mas se trata da sede da Assembléia de Deus Ministério Madureira, denominação evangélica que possui 1.000 congregações no Estado.

O templo terá capacidade para 5 mil pessoas, distribuídas em nave central e galeria. A construção de vidro, granito e metal aparente será inaugurada dia 15 de novembro. O surgimento de igrejas monumentais em grandes cidades brasileiras é um fenômeno recente que surpreende especialistas. Em Niterói (RJ), o conjunto arquitetônico de Oscar Niemeyer prevê uma Catedral Batista.

‘Os protestantes sempre desconfiaram da estética como canal de evangelização’, afirma o cientista social Edin Sued Abumanssur, que defendeu tese de doutorado na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) sobre o tema. O trabalho rendeu o livro As Moradas de Deus (Editora Cristã Novo Século, 200 páginas, 2005). ‘Isso está ligado à prosperidade do rebanho, que ascendeu na pirâmide social’, diz.

A Assembléia Madureira não está sozinha nem mesmo na região onde foi construída. Em frente, fica a catedral da Igreja Universal do Reino de Deus, em estilo neoclássico com destaque aos vitrais. A Universal comprou terrenos vizinhos e anunciou planos de ampliar a igreja, que tem capacidade para cerca de 4 mil pessoas.

A poucas quadras dali, na Radial Leste, perto do Viaduto Bresser, a construtora Incosul, uma das maiores de São Paulo, escava os três subsolos da futura sede da Assembléia de Deus Ministério Belém, denominação com cerca de 2.000 congregações em São Paulo.

O futuro edifício, também espelhado, terá capacidade para 7 mil lugares. O pastor e engenheiro Wilson Pereira da Costa, responsável pela obra, conta que a idéia de erguer o prédio surgiu com o crescimento da Assembléia Belém. ‘Fomos obrigados a dividir os eventos porque não tínhamos um espaço para reunir a todos’, diz.

O pastor não desmente, porém, que a edificação de vidro de 46 metros de altura foi projetada para marcar a presença da igreja na entrada da principal via de acesso à zona leste. ‘A intenção sempre será chamar a atenção da população para a adoração a Deus, mas, no prédio, a preocupação foi a funcionalidade e o conforto das pessoas que irão freqüentá-lo.’

A dimensão gigante do projeto – 600 vagas de garagem e tanque com capacidade para 2 mil batismos diários, por exemplo – está relacionada ao tamanho da denominação na cidade. ‘Os materiais usados serão simples, mas isso não quer dizer descuido. Lemos na Bíblia a preocupação de Salomão na construção do templo que guardava a arca do tesouro’, afirma.

Não há previsão para a conclusão da obra, tocada há dois anos conforme o volume de oferta dos fiéis. Custo é assunto interno da igreja. Até o momento, 20% do edifício já foi construído. O terreno onde está localizado foi comprado há oito anos da fábrica Tapetes Bandeirantes.

As novas igrejas não são construções simples. Para o arquiteto e professor de Arquitetura Paulo Bastos, a teologia e os valores das denominações acabam impressos nas paredes. Responsável pela reforma da Catedral da Sé, Bastos foi contratado para projetar o Museu da História Presbiteriana, no Alto de Pinheiros, zona oeste, que também terá serviços religiosos disponíveis à população.

‘Os presbiterianos são diferentes neste aspecto, porque têm larga tradição cultural, de apego à música clássica’, considera. ‘O problema é a feição mercadológica que alguns desses templos têm, a escala desumana, uma coisa dos novos ricos da religião’, diz Bastos.

Cidade Universitária

No caso dos presbiterianos, o projeto bem poderia ocupar a Cidade Universitária que não destoaria dos prédios modernistas de concreto. Localizado na entrada do Alto de Pinheiros, o futuro museu-igreja terá um terço do terreno gramado e auditório para cerca de 1.800 pessoas. ‘Será uma edificação muito vista’, adianta Bastos.

Os estilos arquitetônicos e a demonstração de poder é o que mais chama a atenção dos acadêmicos. Segundo o sociólogo evangélico Gedeon Alencar, diretor do Instituto Cristão de Estudos Contemporâneos (Icec), a construção de megatemplos está restrita às denominações que praticam a centralização do caixa de ofertas. ‘E nisso entra o aspecto negativo de que, enquanto a sede é rica, a congregação de periferia continua alugando garagens e outros tipos de imóvel de má qualidade.’

Migrante nordestino, Alencar é espectador privilegiado da mudança de tempos e dos templos evangélicos. O pai construía de forma voluntária congregações da Assembléia de Deus em Crateús, interior do Ceará. ‘Com certeza há um empoderamento (sic) do membro da igreja, que se sente importante em um prédio desses. Como se dissesse: ‘Na minha casa não tem mármore, mas na minha igreja tem’.’

Niemeyer

A Catedral Batista projetada por Oscar Niemeyer em Niterói ainda não saiu do papel. A igreja é uma das construções do Caminho Niemeyer, conjunto arquitetônico idealizado em 1997, meses depois da inauguração do Museu de Arte Contemporânea (MAC) da cidade. Depois de Brasília, seria o maior conjunto arquitetônico assinado por Niemeyer. O caminho ocupa uma área de 72 mil metros quadrados às margens da Baía de Guanabara e de outros pontos da orla de Niterói. O templo batista não será a única construção religiosa do projeto, que terá também a Catedral Católica.

Lei do Império proibia igrejas

Para investir em arquitetura, os evangélicos venceram uma tradição cultural que remonta ao Brasil Imperial. No livro As Moradas de Deus, Edin Sued Abumanssur recorda o artigo 5 da Constituição de 1823, de d. Pedro I, que proibia a construção de qualquer edificação protestante que se assemelhasse a um templo.

‘O culto não era proibido, desde que fosse feito em casas’, explica Abumanssur. ‘Daí o fato de muitas igrejas brasileiras serem construções simples, que muito se parecem com casas, ao contrário do que se vê em outros países’, diz o cientista social.

Abumanssur tinha como objetivo investigar o porquê de os evangélicos não terem definido o espaço do sagrado. ‘Eu estranhava o fato de qualquer tipo de imóvel poder ser transformado em uma igreja.’

A proibição começou a ser superada com a chegada dos ingleses -de maioria protestante – para a construção das ferrovias.

Teses debatem sobre a pouca contribuição à cultura do País

Tanto Edin Sued Abumanssur quanto Gedeon Alencar são unânimes em dizer que a contribuição dos evangélicos à cultura brasileira é pequena. ‘Para a arte arquitetônica é praticamente nula’, diz Abumanssur.

Para ele, a mescla de estilos é a maior prova disso. ‘Houve um tempo em que se defendeu o neogótico como estilo tipicamente protestante, mas não há nada disso no País’, afirma. As duas únicas igrejas que têm estilo aproximado ao neogótico são a Assembléia de Deus do Ipiranga, na zona sul, e a Catedral Presbiteriana, no centro.

Autor do ensaio Protestantismo Tupiniquim – Hipóteses Sobre a (Não) Contribuição Evangélica à Cultura Brasileira (Arte Editorial), o sociólogo Gedeon Alencar, que professa a mesma fé, manifesta posição crítica em relação a algumas manifestações das igrejas. ‘O problema da nossa produção cultural é que a gente entra no mercado não para alterar alguma coisa, mas seguindo os padrões vigentes de produção, de consumo, de estética e, dizem as más línguas, de falcatrua. Isso é mais evidente em relação à chamada indústria de música gospel’, escreve o sociólogo.

Sobre as construções, Alencar vê de forma positiva a ocupação do espaço urbano por um movimento religioso que vem da periferia, porém faz ressalvas à adoção de hábitos de consumo de uma cultura, para ele, descartável. ‘Em última hipótese, o dinheiro do fiel está sendo aplicado ali, então, a opinião dele vale mais do que a de um intelectual’, afirma.

Gedeon Alencar também desconfia da expectativa de público desses templos e costuma classificar as estatísticas dos pastores como ‘evangelásticas’. ‘A Marcha para Jesus é um exemplo da importância do número em detrimento da falta de objetivos. Marcham muitos sem saber direito porquê’, considera Alencar.

Fonte: Estadão

Bispos argentinos criticam terra em mãos estrangeiras

Os bispos argentinos expressaram na semana passada sua preocupação com o processo de concentração de terras do país nas mãos de estrangeiros ou de grandes grupos, em detrimento dos pequenos produtores.

Segundo estimativa do Exército, 10% do território da Argentina -270 mil km2- pertencem a estrangeiros. Haveria outros 32 milhões de hectares de terras em processo de venda a investidores internacionais.

A Conferência Episcopal Argentina afirmou que há “venda indiscriminada de grandes extensões” e um processo de “estrangeirização da terra”, com danos sociais e ambientais, e questionou a responsabilidade do Estado. A entidade divulgou o estudo “Uma Terra para Todos”, em parceria com a Universidade Católica Argentina, que destaca ainda que as áreas vendidas abrigam importantes reservatórios de água.

O movimento dos bispos ocorre enquanto se discute na Argentina uma polêmica proposta do piqueteiro Luis d’Elia, atual subsecretário de terras do governo do presidente Néstor Kirchner, para expropriar terras de estrangeiros.

No início de agosto, D’Elia invadiu a propriedade do empresário americano Douglas Rainsford Tompkins, na Província de Corrientes. O piqueteiro sustenta que as terras são improdutivas e guardam um “enorme reservatório de água”.

Em seguida, chegou ao Congresso projeto de lei assinado por uma deputada kirchnerista para desapropriar 300 mil hectares de Tompkins e criar ali uma reserva nacional.

O mal-estar foi tanto que a Casa Rosada chegou a dizer que não apoiava expropriações. Porém, o governo se aproveitou da ação de D’Elia para mostrar que não está alinhado com o “imperialismo” dos EUA.
Tompkins, 63, diz comprar terras para preservá-las.

Ao saber das declarações dos bispos, D’Elia elogiou os religiosos. Os bispos, entretanto, reagiram dizendo não defender a expropriação de terras, apenas a implementação de uma “política governamental mais responsável”.

Surpreendentemente, em nota, Tompkins também elogiou os bispos. Disse que tem “pontos de vista similares”, que a concentração de terras é fruto do “capitalismo de livre comércio desenfreado” e que pretende doar a área a uma reserva nacional “após recuperar o ecossistema”.

Frisou, porém, que não comprou terras de pequenos produtores em dificuldade, mas de grandes proprietários.

Magnatas

A Argentina não possui lei federal para regular a venda de terras a estrangeiros -todos os projetos relacionados ao tema estão parados no Congresso. O ex-presidente Carlos Menem é apontado como o responsável por acelerar o processo de “estrangeirização de terras” nos anos 90.

Um livro-reportagem sobre quem são os magnatas donos de terras na Patagônia -onde fica Santa Cruz, a Província natal do presidente Néstor Kirchner- acaba de ser lançado na Argentina. “Patagônia Vendida”, escrito pelo jornalista Gonzalo Sánchez, da revista semanal “Notícias”, descreve os motivos e os caprichos de alguns desses milionários, cujas fortunas, juntas, superam o PIB da Bolívia.

Entre eles está a família Benetton, a maior proprietária privada de terras na Argentina, que está na mira de Luis d’Elia; Ted Turner, o fundador da rede CNN, que teria comprado uma grande área apenas para pescar trutas; e Joseph Lewis, o sexto homem mais rico da Inglaterra, dono de um império que inclui o Hard Rock Café e o Planet Hollywood.

Na semana passada, a CNN exibiu uma reportagem criticando Luis d’Elia e a “instabilidade” existente na Argentina.

Bill Gates, o homem mais rico do mundo, também investirá na Patagônia, mas em uma mina de prata: serão cerca de US$ 120 milhões.

Fonte: Folha de São Paulo

China critica acusações de falta de liberdade religiosa

A China reagiu às acusações do último relatório dos Estados Unidos sobre a liberdade religiosa no mundo, no qual é citada, declarando que se trata de uma crítica “infundada” e uma “interferência nos assuntos internos”, informou nesta segunda-feira a agência oficial “Xinhua”.

“A China não está satisfeita e se opõe firmemente à acusação dos EUA”, declarou Qin Gang, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores.

O estudo anual, divulgado na sexta-feira pelos EUA, inclui China, Birmânia, Irã, Coréia do Norte e Sudão na sua “lista negra” de nações que não se respeitam a liberdade religiosa.

O relatório diz que “o respeito do Governo chinês pela liberdade de credo e de consciência ainda é pequeno”. Segundo Qin, a afirmação “viola as normas básicas das relações internacionais e interfere nos assuntos internos”.

Para o porta-voz, é inquestionável que o Governo do seu país protege a liberdade e crença religiosa “segundo o estipulado pela lei”. Ele recomendou que os Estados Unidos cuidem de seus próprios problemas, inclusive no que se refere à liberdade religiosa.

Segundo dados oficiais, na China existem 100 milhões de fiéis de diversas crenças, mais de 100 mil centros de reunião religiosos e 300 mil clérigos ou monges de diferentes religiões.

O país conta com suas próprias igrejas católica e protestante (a Igreja Patriótica Católica chinesa e a Igreja Patriótica Cristã), as únicas autorizadas. Seus bispos e ministros são designados por Pequim.

Além disso, o Governo tibetano no exílio denuncia pressões sobre os monges seguidores do Dalai Lama no Tibete. Diversas organizações se queixam de assédio, sob o argumento da “guerra contra o terrorismo”, aos muçulmanos da região ocidental de Xinjiang.

Fonte: Último Segundo

Al Qaeda jura derrotar a cristandade

A ira voltou a inflamar o mundo islâmico, quando mal se havia apagado a cólera que o percorreu em fevereiro passado, da Nigéria às Filipinas, passando por todo o mundo árabe, o Irã e o sul do continente asiático – onde se concentra quase a metade dos fiéis da religião de Maomé -, devido às caricaturas do profeta.

A Al Qaeda, através de vários grupos terroristas associados à rede, prometeu levar a “guerra santa até a derrota” da cristandade.

“Quebraremos a cruz e derramaremos o vinho … Deus ajudará os muçulmanos a conquistar Roma … nos fará capazes de cortar o pescoço … dos infiéis e dos déspotas”, diz um texto publicado na Internet pelo Conselho Consultor Mujahedin, grupo que serve de guarda-chuva para a Al Qaeda no Iraque. O grupo adverte: “Aos devotos da cruz, (o papa) e o Ocidente, dizemos que os derrotaremos da mesma forma que estão vendo todos os dias no Iraque, Afeganistão e Chechênia”.

No Irã, o líder supremo da revolução islâmica, aiatolá Ali Khamenei, também reagiu com dureza às palavras do papa. Sem mencionar pelo nome o presidente dos EUA, George Bush, Khamenei referiu-se à “cruzada contra o Islã empreendida por certos políticos” e considerou que o discurso de Bento 16 é “o último elo” dessa “cadeia de complôs” contra a fé de Maomé. Segundo Khamenei, os muçulmanos devem enfrentar uma grande conspiração, que, começando pela invasão do Iraque e continuando pelas “caricaturas insultuosas” ao profeta, pretende criar “crises inter-religiosas no mundo e fomentar o confronto entre as religiões”, informa a agência France Presse.

O dirigente xiita indicou que os protestos devem ser dirigidos contra o Grande Satã, nome usado para designar os EUA no Irã. “Todo mundo deve considerar que o Grande Satã é o responsável”, por ser quem se beneficia das “injustas palavras do papa”, indicou o chefe espiritual da revolução islâmica e substituto de seu fundador, Khomeini.

O porta-voz do governo iraniano indicou que as desculpas apresentadas pelo papa são “um bom gesto”, mas explicou que “não é suficiente”. O porta-voz salientou que “é necessário que o papa expresse de maneira mais clara e franca que suas palavras foram pronunciadas por engano e que as corrija o mais cedo possível”, informa a agência Reuters.

Enquanto isso, sucedem-se as manifestações de protesto. Na segunda-feira em Basora, a segunda cidade do Iraque, mais de 500 pessoas queimaram uma efígie do pontífice e o grupo radical sunita Ansar al Suna ameaçou os ocidentais, especialmente italianos e alemães: “Reservamos para vocês a espada, em resposta à sua arrogância”.

No Marrocos, o rei Mohamed 6º também se levantou como um dos principais defensores do Islã. Além de ser o chefe de Estado ele também é Comendador dos Crentes em seu país. Depois de protestar e chamar seu embaixador no Vaticano, continuou ontem pelo terceiro dia sua atividade diplomática.

“Dirijo-me ao senhor”, afirmou em uma carta enviada ao papa, “na sua qualidade de chefe da Igreja Católica, para lhe pedir que tenha com o islã o mesmo respeito que com os demais cultos”. A carta foi publicada ontem pela agência oficial de imprensa marroquina, MAP. O Islã, insiste, “exorta à paz e à moderação e rejeita, pelo contrário, a violência”.

No Egito, o Parlamento solicitou que sejam congeladas as relações diplomáticas com o Vaticano e exigiu que o papa apresente “desculpas diretas e claras”.

Por sua vez, o chefe da União Mundial de Ulemás (sábios) Islâmicos, o egípcio residente no Catar Yusef al Qaradaui, instou todos os muçulmanos do mundo a expressar sua ira na próxima sexta-feira. Mas Al Qaradaui ressaltou que devem ser manifestações não-violentas, nas quais não se ataquem os cristãos ou as igrejas, e pediu que não se repitam os tristes acontecimentos de fevereiro passado, quando mais de dez pessoas morreram em diversos países em protestos contra as caricaturas de Maomé, informa a agência Efe.

O governo islâmico da Somália afirmou na segunda-feira que deterá e levará à justiça os que mataram no domingo a freira italiana Leonella Sgobarti. Na Jordânia, vários deputados cristãos e muçulmanos protagonizaram uma reunião de uma hora e 14 sindicatos assinaram um comunicado no qual se considera que as palavras de Bento 16 “alimentam a feroz campanha de ódio lançada pelo sionismo internacional”. O texto salienta que são “insultantes” para os árabes em geral, tanto cristãos como muçulmanos. As reações violentas também se sucederam. Na Indonésia, a Frente de Defensores do Islã, grupo radical do país com maior população muçulmana do mundo – 85% dos 230 milhões de habitantes -, pediu a “crucificação do papa”. que qualificou de “pequeno e vil”.

Centenas de simpatizantes desse grupo protestaram diante da embaixada do Vaticano em Jacarta, com cartazes que identificavam o Vaticano com o “eixo do mal”, terminologia usada por Bush para referir-se ao Iraque, Irã e Coréia do Norte.

Na Turquia, um homem de 29 anos disparou contra uma igreja protestante de Ancara, sem causar vítimas. O papa deverá viajar para esse país em novembro.

Fonte: El Pais

Israel terá primeira parada do orgulho gay em novembro

No final, a comunidade homossexual venceu. A Parada do Orgulho Gay em Israel acontecerá à luz do sol, com a proteção da polícia, em 10 de novembro.

Para estabelecer a data, ocorreram várias batalhas com o município de Jerusalém, com o prefeito ortodoxo Uri Lupoliansky e com a polícia. Por fim, a organização Casa Aberta, que reúne os homossexuais de Jerusalém, não teve outra alternativa senão pedir assistência à Suprema Corte israelense, que hoje estabeleceu que, apesar dos problemas objetivos de ordem pública, a liberdade de expressão deve ter a última palavra.

A Casa Aberta queria organizar em Jerusalém uma grande manifestação internacional no verão de 2005. No entanto, naqueles meses a polícia israelense estava empenhada na evacuação de milhares de colonos em Gaza. A manifestação foi então remarcada para o verão de 2006. Novamente a política veio atrapalhar os planos: havia combates no Líbano, os soldados israelenses estavam morrendo todos os dias. Impensável fazer a festa pública.

A manifestação internacional teve sua data alterada mais uma vez. A Casa Aberta pediu permissão para realizar em setembro um desfile “feito em casa”, apenas com israelenses e, talvez, amigas e amigos palestinos de Jerusalém leste. Inicialmente, a polícia não deu resposta. Depois, requisitada pela Suprema Corte, informou que o desfile não poderia ser feito por motivos de ordem pública.

A polícia informou que, nas últimas semanas, foram obtidas informações de inteligência segundo as quais os judeus ortodoxos ameaçavam mobilizar-se para impedir aquela manifestação. Não se excluía a possibilidade de usarem garrafas incendiárias ou mesmo armas automáticas. Para manter a ordem pública seriam necessários reforços de agentes de todo o território israelense. Mas, segundo informou a polícia, os reforços não seriam possíveis porque medidas especiais de segurança foram adotadas para a próxima semana, por ocasião do Ano Novo hebraico e do Ramadã islâmico.

Nos meses passados, em um bairro ortodoxo hebraico, foram colados cartazes nos quais se oferecia uma recompensa de a quem matasse um homossexual ou uma lésbica. No passado, em uma manifestação análoga em Jerusalém, um hebreu ortodoxo esfaqueou três homossexuais, ferindo um de modo grave.

Apesar dessas ameaças, os juízes estabeleceram que a manifestação será feita em novembro. “Estamos muito felizes”, disse Noa Satat, uma dirigente da Casa Aberta. “A manifestação deste ano terá uma importância particular para nós”, acrescentou.

O debate na Suprema Corte foi acalorado. Uma representante do município, do Partido Nacional Religioso, denunciou que nas ruas de Jerusalém foram colocados cartazes com a frase: “Jerusalém, cidade feroz e livre, ao lado de desenhos de dois leões acasalando”. De sua parte, um expoente da extrema direita israelense, Baruch Marzel, advertiu que a parada gay daria início a “uma guerra santa”.

Fonte: Folha Online

Campanha pela fé dos jovens põe Jesus em cerveja e no MySpace

O rosto de Jesus foi parar sobre um copo de cerveja na campanha publicitária de uma organização ecumênica britânica que pretende aproximar os jovens da religião.

A campanha conta com milhares de cartazes nos quais a imagem de Jesus aparece delineada por espuma sobre um copo de cerveja vazio ao lado do slogan “Onde o encontraria?”. Eles serão distribuídos em todo o Reino Unido antes do Natal.

Nos cartazes também foi incluído o endereço de uma página do site de relacionamentos MySpace, em que “Jesus”, tratado como uma pessoa de carne e osso, professa a sua paixão por barbas e pelo filme “A Vida de Brian”, de Monthy Python.

Segundo a Churches Advertising Network, organização que lançou a campanha, transformar Jesus Cristo em um verdadeiro superstar da web estimulará os jovens a discutir Deus entre eles e nas páginas do MySpace.

“O MySpace é um fenômeno cultural extremamente significativo. É o lugar em que os jovens se encontram e nós devemos atingir este tipo de audiência. É uma viagem de exploração. Esperamos que Deus nos guie na direção certa”, disse Simon Jenkins, um membro da organização ecumênica que trabalha na campanha.

De acordo com Tony Miles, um pastor metodista, “o álcool é um problema enorme, mas neste caso se trata de uma imagem que os jovens reconhecem e que significa que se pode encontrar Deus em lugares inesperados.” “A mensagem é sutil, mas simples: onde está Deus em todo este comer e beber do período de Natal?”, perguntou Francis Goodwin, diretor da organização.

Fonte: Folha Online

CIMI perde o seu presidente

Atropelado por um caminhão quando andava de bicicleta, faleceu ontem, aos 65 anos, o presidente do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e bispo de Balsas, dom Gianfranco Masserdotti.

Ele está sendo velado na catedral de Balsas e será enterrado hoje, às 9h, na cidade.

Eleito em agosto de 1999 e reeleito em 2003 na presidência do CIMI, organismo vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Franco, como era chamado, marcou, corajosamente, junto com um pequeno grupo de bispos, a posição contrária às celebrações dos 500 anos de evangelização, em 2000.

Dom Masserdotti, comboniano, nasceu em Bréscia, na Itália, no dia 13 de setembro de 1941. Foi ordenado sacerdote em Padova, Itália, em 1966, e ordenado bispo em Balsas (a 800 Km de São Luis, a capital), em 2 de março de 1996.

Ele foi superior provincial dos missionários combonianos do Nordeste do Brasil, coordenador do Centro de Formação e Animação Missionária de Teresina e responsável pela Missão Ad-Gentes, do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM). Escreveu o livro “A missão a serviço do Reino”, publicado em 1996.

Este é o segundo acidente fatal, em poucos dias, que deixa a CNBB enlutada. Na semana passada, 14, faleceu dom José Mauro Pereira Bastos, 51 anos, bispo de Guaxupé, cidade de Minas Gerais localizada a 432 Km de Belo Horizonte, em acidente de carro ocorrido próximo a Carmópolis de Minas, entre Guaxupé e a capital.

Fonte: ALC

Três cristãos indonésios serão executados esta semana

A Indonésia executará esta semana os três cristãos condenados à morte como culpados pela violência sectária na ilha de Célebes, em 2000, informou hoje a imprensa local.

Roy Rening, o advogado de Fabianus Tito, Domingus da Silva e Marianus Riwu, afirmou que os três receberam uma carta comunicando que serão executados na próxima quinta-feira.

Outras fontes adiam em um ou dois dias a data exata da execução, que pela lei indonésia não pode ser revelada.

“A execução será certamente antes do início do mês de Ramadã (25 de setembro)”, disse ao jornal “Kompas” um promotor de Célebes, sem se identificar. Segundo o jornal, os três condenados estão numa cela de isolamento desde segunda-feira.

Tito, da Silva e Riwu foram declarados culpados de instigar o massacre de 70 estudantes muçulmanos no ataque a um internato islâmico, em maio de 2000. Foi o confronto mais violento entre a comunidades islâmica e muçulmana das Célebes. O conflito deixou um saldo de mais de mil mortes entre 2000 e 2001.

A execução dos três condenados foi adiada em várias ocasiões por medo de novos confrontos. Mas os pedidos de clemência do Papa Bento XVI e de associações cristãs de todo o mundo foram ignorados pelo presidente indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono.

Fonte: EFE

Igreja italiana defende o Papa depois das acusações do mundo islâmico

Os bispos italianos manifestaram nesta segunda-feira sua total solidariedade a Bento XVI, “vítima de atos intimidatórios e ameaças inqualificáveis” depois de seu discurso na Alemanha e suas citações ao Islã.

O presidente da Conferência Episcopal italiana, cardeal Camillo Ruini, considerou “surpreendentes e dolorosas” as reações do mundo muçulmano às citações feitas pelo Papa sobre uma controvérsia teológica medieval.

“Elas foram mal interpretadas, a ponto de terem sido consideradas ofensivas ao Islã”, afirmou o religioso.

Ruini lamenta que a vontade de diálogo com culturas diferentes provoque tais mal-entendidos e teme que tenham servido de “pretexto para abomináveis crimes como o da irmã Leonella Sgorbati”, ocorrido o domingo, na Somália.

“O Papa se propõe a favorecer o verdadeiro diálogo entre culturas e religiões, um diálogo de que necessitamos urgentemente”, afirmou Ruini ante o conselho permanente da Conferência Episcopal italiana.

Católicos russos crêem que muçulmanos deturparam discurso papal

O chefe da Conferência de Bispos Católicos da Rússia, Yosif Vert, assegurou ontem que os muçulmanos deturparam o discurso no qual o Papa Bento XVI fez uma referência ao Islã.

“Quem quer usar qualquer palavra para se manifestar contra o Papa, a Igreja Católica e o Cristianismo sempre pode encontrar uma desculpa para isso”, disse Vert, citado pela agência “Interfax”.

Vert acusou os que criticam o Pontífice de “não saber sobre o que o Papa falava”.

“Tenho certeza de que nenhum deles leu o discurso, por isso não podem expressar uma opinião correta”, acrescentou. Na opinião de Vert, “quem tem boa vontade escuta com franqueza as palavras do Santo Padre, procura o positivo e o encontra”.

Vert expressou sua “surpresa” com a reação às palavras de Bento XVI, já que “o texto era superficial” e sua intenção era promover o diálogo com outras confissões religiosas.

O Papa foi muito criticado no mundo muçulmano pelo discurso pronunciado na terça-feira passada, na universidade alemã de Regensburg, que incluía um diálogo entre o imperador bizantino Manuel II (1391) com um erudito persa no qual há palavras críticas a Maomé.

O imperador pedia ao persa que lhe mostrasse algo que o mundo devesse a Maomé que fosse novo e respondia que ele mesmo só encontraria coisas “más e desumanas, como sua ordem de espalhar, usando a espada, a fé que pregava”.

Aproximadamente 23 milhões de muçulmanos vivem atualmente na Rússia, em sua maioria na conflituosa região do Cáucaso. O número de católicos no país é de 600 mil.

Fonte: AFP e EFE

Bento XVI rompe com estratégia de João Paulo II sobre o Islã

O Papa Bento XVI rompeu com a estratégia de seu predecessor João Paulo II sobre o Islã e está convencido de que sua posição é a certa, mesmo que tenha tentado amenizar suas polêmicas declarações sobre a religião muçulmana, consideraram especialistas nesta segunda-feira.

“Enquanto João Paulo II insistia em seu diálogo com o Islã sobre a fé em um único Deus e fazia dessa fraternidade o elemento essencial da luta comum contra a violência, Ratzinger adotou a atitude de alguém que, em tom doutoral, explica como se deve fazer”, comentou Marco Politi, vaticanista do jornal La Reppubblica.

Durante sua visita à Alemanha, na semana passada, o Papa evocou num longo discurso teológico as relações entre fé, violência e razão, suscitando reações indignadas do mundo muçulmano quanto ao fato de Bento XVI teria estabelecido uma ligação entre o Islã e a violência.

“O Papa Wojtyla desenvolveu uma estratégia baseada no diálogo e no envolvimento sistemático das elites islâmicas do mundo inteiro. Ele se tornou um líder espiritual respeitado no mundo muçulmano”, destacou o especialista, questionado pela AFP.

Ao contrário, o sucessor de João Paulo II adotou já no início de seu pontificado uma estratégia diferente.

“Já em sua missa inaugural, Bento XVI omitiu qualquer referência às relações fraternas com o monoteísmo islâmico”, lembrou Politi.

Há alguns meses, a ausência do Papa no 20º aniversário do encontro inter-religioso de Assis, idealizado por João Paulo II, foi notada por toda a imprensa italiana. Bento XVI se limitou a enviar uma mensagem.

Para o Sumo Pontífice, o diálogo com as outras religiões “é cada um bem entrincheirado em sua própria casa”, criticou Politi.

O jornalista de La Stampa, Gian Enrico Russoni, descarta “uma falha de comunicação” ou “um simples mal-entendido” e considera que o Papa sabia o que estava fazendo quando citou um diálogo entre o imperador bizantino Manuel II Paléologue (1350-1425) e um persa muçulmano erudito.

“Um bom professor não cita uma declaração mortífera sem recolocar essa citação no seu contexto”, acusou Russoni.

Neste discurso denunciando a violência motivada pela religião, “uma autocrítica” sobre a religião católica teria sido bem-vinda, acrescentou.

Para Sandro Magister, vaticanista da revista L’Espresso, Bento XVI, ex-guardião rigoroso da doutrina católica, é partidário do axioma: “Menos diplomacia e mais Evangelho”. Ao contrário, João Paulo II mostrava habilidade na comunicação com todos os líderes religiosos.

“Foi esse critério, menos diplomacia e mais Evangelho, que levou o Papa a pronunciar durante sua viagem à Alemanha palavras tão politicamente incorretas e tão potencialmente explosivas”, escreveu Magister em seu site.

Alguns jornais estrangeiros, como El Mundo (centro-direita) na Espanha, também frisaram nesta segunda-feira a ruptura entre os dois pontificados sobre a questão do Islã.

“João Paulo II demorou para amenizar as contradições entre as principais religiões. No que se refere ao Islã, Ratzinger estragou todo o trabalho feito por seu predecessor com apenas um discurso”, diz El Mundo.

A estratégia do Vaticano sobre o Islã deve ser “completamente reformulada”, concluiu Politi.

Segurança do papa deve ser reforçada após declarações sobre Maomé

Especialistas antiterrorismo da capital italiana não têm dúvidas sobre o “delicado” momento de crise internacional iniciado após as palavras de Bento 16 na universidade de Ratisbona (Alemanha) e consideram que “monitorar e dialogar” com os islâmicos moderados que vivem em Roma pode ser crucial para a criação de uma “rede de proteção” contra eventuais atos de violência.

O papa causou controvérsia no mundo muçulmano após um discurso realizado na Alemanha na semana passada, no qual citou um texto medieval que retrata os ensinamentos do profeta Maomé como “cruéis e desumanos” e disse que o islamismo foi disseminado “pela violência”.

Nesta segunda-feira, além de protestos em vários países muçulmanos, o líder supremo e autoridade máxima do Irã, Ali Khamenei, disse que “as declarações do papa Bento 16 sobre o islã e a violência são parte de uma cruzada EUA-Israel contra os muçulmanos, acirrando a polêmica.

“Líderes dos arrogantes imperialistas já definiram as ligações da cruzada neste projeto EUA-Sionista com os ataques ao Iraque”, afirmou Khamenei em um discurso transmitido pela televisão estatal.

Na opinião dos especialistas, é importante não deixar de lado nenhuma possibilidade de que não tenha sido tentada. Eles consideram necessário “não subestimar” também o leque não muito amplo de italianos convertidos ao islamismo, uma parcela moderada e tranqüila que, no futuro, poderia tornar-se terreno fértil para a ação de uma rede terrorista.

Segundo a polícia de Roma, não há personagens definidos como “células terroristas adormecidas” capazes de gerar preocupação. Mas os fatos recentes ocorridos em outros países “ensinam” que a atenção deve ser sempre alta, segundo ressaltaram os especialistas.

De acordo com os especialistas, os controles antiterrorismo em Roma são, por razões óbvias, considerados mais importantes que nas outras cidades italianas, mas ainda mais importante é delinear o limite entre “quem é moderado e quem, talvez, depois das palavras do sumo pontífice, tenha decidido não ser mais”.

Protestos continuam

Nesta segunda-feira, centenas de pessoas foram às ruas de Jacarta, capital indonésia, para protestar contra os comentários do papa sobre o islã, acusando o sumo pontífice de “incitar” o início de uma “guerra” entre religiões.

Após a polêmica, o Vaticano divulgou uma carta na qual disse que o papa “lamentava” que as declarações tivessem ofendido os muçulmanos, mas que o texto citado não refletia a opinião do sumo pontífice sobre o islã. No entanto, os muçulmanos exigem um pedido pessoal de desculpas do papa.

Os manifestantes terminaram o protesto de hoje em frente à Embaixada do Vaticano em Jacarta. Alguns carregavam cartazes com frases como: “O papa constrói a religião com base no ódio”.

“Os comentários [de Bento 16] realmente magoaram muçulmanos de todo o mundo”, afirmou Umar Nawawi, do grupo radical Frente dos Defensores Islâmicos. “Nós devemos lembrá-lo que tal atitude apenas alimenta uma ‘guerra santa'”.

Na Caxemira indiana, greves e protestos prosseguiram nesta segunda-feira pelo terceiro dia consecutivo em protesto às declarações do papa. Pessoas queimaram pneus e gritavam “Abaixo o papa” em diversos protestos ocorridos na região.

Em Basra, no sul do Iraque, cerca de 500 manifestantes queimaram nesta segunda-feira uma imagem do papa e atearam fogo a bandeiras dos Estados Unidos e da Alemanha.

Convocação

Os manifestantes –que responderam a uma convocação do líder religioso xiita Mahmoud al Hassani– se reuniram diante da sede do governo de Basra, 550 km ao sul de Bagdá.

O Vaticano deu início a uma iniciativa diplomática para explicar aos países muçulmanos a posição de Bento 16 sobre o islã, após a polêmica provocada por suas declarações.

Fonte: Folha Online

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