O número de crianças de 9 a 12 anos que compartilham nudes mais que dobrou em 2020, preocupando organizações que combatem o abuso sexual infantil.
Em 2019, cerca de 6% das crianças de 9 a 12 anos relataram que compartilhavam fotos nuas. Esse índice mais do que dobrou para 14% em 2020, segundo uma pesquisa divulgada em novembro pela organização Thorn, que combate a exploração sexual de crianças.
O aumento entre crianças foi muito maior do que o observado entre adolescentes de 13 a 17 anos, cujo aumento saltou de 15% em 2019 para 19% em 2020.
No geral, em 2019, 11% de todos os menores compartilharam suas próprias fotos nuas. Em 2020, esse número saltou para 17%.
Segundo a Thorn, essas fotos são definidas como SG-CSAM (sigla para Material Autogerado sobre Abuso Sexual Infantil). São imagens explícitas tiradas pela própria criança, sem nenhuma coerção.
O estudo também investigou o caso de crianças que sabem que seus amigos próximos compartilham nudes de outras crianças. Entre a faixa de 9 a 12 anos, o salto foi de 7% em 2019 para 16% em 2020. Entre 13 e 17 anos, porém, a porcentagem diminuiu de 15% para 13%.
Com base nos dados do estudo, os pesquisadores sugerem que “menores podem estar operando com menos supervisão no universo online, especialmente entre 9 e 12 anos de idade, em comparação com os números de 2019”.
Crianças estão imersas no YouTube
Quando se trata da rede social usada com mais frequência pelo grupo de crianças e pré-adolescentes, o YouTube está à frente. Plataformas como Instagram, TikTok, Snapchat e Facebook também têm uma grande influência.
Cerca de 80% dos menores acessam o YouTube pelo menos uma vez por dia, e 78% afirmam compartilhar sua própria SG-CSAM lá.
As crianças e adolescentes foram questionadas se acreditam que a pandemia de Covid-19 e os lockdowns tiveram um impacto nas experiências de SG-CSAM de seus amigos, mas ficaram divididos: aproximadamente 50% acredita que houve influência, enquanto 50% considera que não.
Os nudes e imagens de apelo sexual entre crianças se tornou uma área de preocupação para a Thorn. “Isso apresenta riscos distintos para as crianças e desafios únicos para as comunidades comprometidas em protegê-las”, observaram os pesquisadores. “As intervenções que buscamos devem ser adaptadas exclusivamente às experiências dos menores e dos infratores que podem apontá-los para a vitimização.”
A pesquisa foi realizada de 26 de outubro a 12 de novembro de 2020, com cerca de 2.002 crianças dos Estados Unidos, sendo 742 da faixa etária de 9 a 12 anos e 1.260 adolescentes de 13 a 17 anos.
Fonte: Guia-me com informações de The Christian Post