Sede da ONU, nos Estados Unidos
Sede da ONU, nos Estados Unidos

A Assembléia Geral da ONU declarou 22 de agosto como o Dia Internacional em Comemoração das Vítimas de Atos de Violência Baseada na Religião ou Crença.

A resolução foi co-patrocinada pela Polônia, Brasil, Canadá, Egito, Iraque, Jordânia, Nigéria, Paquistão e Estados Unidos, e adotada por consenso pelos 193 membros da entidade na terça-feira, 28 de maio.

A ONU lamentou “ todos os atos de violência contra as pessoas com base na sua religião ou crença , bem como quaisquer atos dirigidos contra as suas residências, empresas, propriedades, escolas, centros culturais ou locais de culto, bem como todos os ataques em lugares religiosos, locais e santuários que violam o direito internacional”.

“O terrorismo e o extremismo violento em todas as suas formas e manifestações não podem e não devem estar associados a nenhuma religião, nacionalidade, civilização ou grupo étnico ”, acrescenta a resolução.

O documento enfatiza que “a liberdade de religião ou crença, liberdade de opinião e expressão, o direito à reunião pacífica e o direito à liberdade de associação são interdependentes, inter-relacionados e se reforçam mutuamente, e enfatizam o papel que esses direitos podem desempenhar na luta contra todas as formas de intolerância e discriminação baseadas na religião ou crença”.

O Dia Internacional terá como objetivo “homenagear as vítimas e os sobreviventes que muitas vezes permanecem esquecidos” , disse o ministro das Relações Exteriores da Polônia, Jacek Czaputowicz.

Ele relembrou a onda de ataques nos últimos meses, inclusive em mesquitas em Christchurch, na Nova Zelândia, e no alvejamento de cristãos no Sri Lanka durante o domingo de Páscoa.

“Esperamos que isso ajude a combater crimes de ódio e atos de violência relacionados à religião ou crença, e fortaleça ainda mais o diálogo inter-religioso”, assinalou Czaputowicz, ao apresentar a resolução.

EUA e China

Durante a discussão da resolução, os Estados Unidos e a China entraram em choque sobre as críticas de Washington ao tratamento dado por Pequim à minoria muçulmana.

O representante dos EUA no Conselho Econômico e Social da ONU, Austin Smith, disse que na Região Autônoma Uigur de Xinjiang “mais de um milhão de uigures, cazaques, quirguizes e outros membros de grupos minoritários muçulmanos em Xinjiang foram arbitrariamente detidos em campos desde abril de 2017. Há relatos perturbadores de trabalho forçado, tortura e mortes nesses campos”.

“As autoridades chinesas estão restringindo a liberdade religiosa ao rotular práticas religiosas pacíficas como manifestações de ‘extremismo religioso e terrorismo’”, acrescentou.

Smith solicitou aos membros da ONU para que pedissem à China para fechar seus campos e respeitar os direitos de muçulmanos, cristãos, budistas tibetanos e praticantes do Falun Gong.

O delegado da China classificou as alegações dos EUA como infundadas e disse que o que foram descritos como campos eram, de fato, “centros de treinamento vocacional e educacional para ajudar as minorias a aprender habilidades que possam ajudá-las a combater a pobreza”.

Ele ainda fez uma acusação contra os EUA, argumentando que no recente Fórum Permanente sobre Questões Indígenas, muitos oradores acusaram o governo dos EUA de matar seus próprios povos indígenas, extinguindo suas línguas e oprimindo suas vozes.

Folha Gospel com informações de Evangelical Focus

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