Na Eritreia, os direitos humanos continuam sendo atropelados, com a prisão de cristãos e o fechamento de escolas administradas por igrejas, conforme denunciou recentemente a relatora especial das Nações Unidas, Daniela Kravetz.
Em sessão do Conselho de Direitos Humanos sobre a Eritreia, em Genebra, no dia 26 de fevereiro, Kravetz fez um paralelo com os dados que apresentou no relatório anterior, em julho de 2019, para sustentar a sua afirmação de que não viu “nenhuma evidência concreta de progresso” nas várias áreas da atuação do governo.
Segundo informou a Fundação Católica Ajuda à Igreja que Sofre, a relatora concluiu que “não houve uma melhoria real na situação dos direitos humanos” e a prova “é que os eritreus continuam a fugir do país em grande número”.
Kravetz, então, enfatizou ao Conselho dos Direitos Humanos a perseguição aos cristãos e a falta de liberdade religiosa no país.
De acordo com ela, “o ano passado foi particularmente duro para as denominações cristãs não reconhecidas”. Nesse sentido, a relatora recordou as prisões de quase três centenas de fiéis em várias ocasiões, especialmente entre maio e agosto, em Asmara e Keren. Em alguns desses episódios, acrescentou, “mulheres e crianças estavam rezando” e muitos “permanecem presos”.
Para a relatora, um sinal concreto que as autoridades podem dar no sentido do progresso dos direitos humanos na Eritreia “é libertar os detidos” e permitir que “as pessoas pratiquem a sua fé livremente”.
Daniela Kravetz também falou durante a apresentação de seu relatório sobre as restrições impostas às atividades da Igreja na Eritreia, sobretudo o fechamento de escolas.
Segundo ela, em setembro, “as autoridades fecharam e confiscaram três escolas secundárias administradas pela Igreja Católica e cinco escolas administradas por congregações protestantes e muçulmanas”.
Indicou ainda que em relatório anterior já tinha anunciado que as autoridades da Eritreia haviam apreendido “todos os estabelecimentos de saúde administrados pela Igreja Católica” no país.
A relatora da ONU se referiu também ao fim da presença de organizações não governamentais, como a Finn Church Aid, que desenvolvia um programa de apoio ao ensino e que deixou de poder desenvolver as suas atividades na Eritreia.
Fonte: ACI Digital