O padre Peter Hullermann foi suspenso de suas atividades na Alemanha nesta segunda-feira (15), mais de 30 anos depois da Igreja Católica tomar conhecimento das primeiras acusações de abuso com crianças envolvendo o religioso.

O caso ganhou repercussão porque o atual papa, Joseph Ratzinger, era bispo na arquidiocese de Munique e Freising em 1980, quando a comunidade recebeu a transferência de Hullermann, então acusado de ter abusado de garotos em Essen, segundo informações do jornal The New York Times.

Registros escolares mostram que em 1984 o padre lecionava religião seis horas por semana em uma escola pública – menos de cinco anos depois de ter sido transferido por ter forçado um garoto de 11 anos a praticar sexo oral, segundo o NYT.

Em 1986, Hullermann foi condenado por uma corte na cidade de Ebersberg por pedofilia. Na última sexta-feira, a igreja admitiu que o padre continuou a trabalhar com crianças mesmo depois das denúncias. Não está claro o grau de envolvimento de Ratzinger com o caso no seu período como bispo.

Eva Walnkerl, 61, uma das freqüentadoras da igreja, relatou que o padre era “próximo às pessoas, comparado com alguns dos outros religiosos, que se consideram superiores”.

Mas ela também declarou que já é hora de a igreja parar de encobrir casos de abuso. “Quando você se divorcia e casa novamente, não pode mais comungar, mas alguém condenado por molestar crianças pode celebrar missas pelo resto da vida”, acrescentou a fiel em declarações ao NYT.

Fonte: UOL

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