Padre Lino Allegri
Padre Lino Allegri

Um padre do Ceará deve ingressar no Programa Estadual de Proteção aos Defensores e Defensoras de Direitos Humanos (PPDDH) após ter sido hostilizado por um apoiador do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

O pároco Lino Allegri, de 82 anos, foi agredido verbalmente duas vezes durante missas celebradas em Fortaleza, no mês de julho.

O pedido de inserção do padre no programa de proteção partiu de membros do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos (CEDDH) e da Defensoria Pública e do Ministério Público estaduais segundo informações do jornal cearense Diário do Nordeste. O PPDDH tem objetivo de proteger pessoas que se encontram em situação de risco, vulnerabilidade ou ameaça decorrentes de sua atividade profissional.

As últimas ofensas ocorreram enquanto Allegri realizava um ato litúrgico na manhã do domingo, 11. A celebração era transmitida pela internet e as imagens mostram quando um homem entra na Paróquia Nossa Senhora da Paz e começa a gritar com o pároco. É possível ouvir o homem afirmar, aos berros, que “este padre [Lino Allegri] transformou o altar em um palanque político”.

No domingo anterior, Allegri havia sido ofendido pelo menos oito pessoas. As agressões verbais ocorreram logo que o padre lamentou as mais de 500 mil mortes causadas pela pandemia no Brasil. O sacerdote relatou que ele e outros membros da igreja têm recebido ameaças constantes. As tentativas de intimidação são feitas por meio de mensagens privadas nas redes sociais da paróquia e também pelo WhatsApp.

Inquérito

O caso de perseguição e ódio contra o padre Lino Allegri, em Fortaleza, será investigado pelas forças de segurança do Estado. Informação foi revelada pelo governador do Ceará, Camilo Santana (PT), por meio das redes sociais na noite deste domingo, 18.

Segundo o governador, todas as ações de bolsonaristas contra o padre integram um inquérito que ocorre sob responsabilidade da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), cuja abertura foi solicitada ainda na semana passada.

“Informo que desde a semana passada determinei ao nosso secretário da Segurança para não só enviar policiais para garantir a integridade do Padre Lino como instaurar inquérito para apurar qualquer tipo de ameaça contra ele”, afirmou Camilo Santana. O governador do Estado classifica o caso como “inaceitável” e frisa que não aceitará que “atitudes como essa, de ódio e intolerância, fiquem impunes”.

Fonte: Jornal Opção e O Povo

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