Quem é católico, tem mais de 50 anos e uma boa memória deve se lembrar das missas em latim, celebradas até 1962, ano em que o papa João XXIII abriu o Concílio Vaticano 2°.

Comparadas às de hoje, eram missas mais solenes, rezadas em latim, com o padre de costas para os fiéis. O canto gregoriano era um dos destaques da celebração.

Pois essa missa, desconhecida da maioria dos católicos, pode voltar a ser celebrada, segundo decisão do papa Bento XVI, em vigor a partir deste mês de setembro. Desde, é claro, que existam padres interessados.

O arcebispo metropolitano de Ribeirão Preto, dom Joviano de Lima Júnior, já divulgou que autoriza a missa antiga, após o padre interessado comprovar “certo grau de formação litúrgica e de conhecimento da língua latina”.

Vigário-geral da Arquidiocese e um dos mais antigos sacerdotes em atividade, cônego Arnaldo Álvaro Padovani disse que não tem intenção de celebrar a missa em latim (também chamada de missa tridentina). E ele duvida que algum outro padre vá se interessar.

Pároco da Catedral Metropolitana, padre Francisco Moussa Zanardo explica que os padres da nova geração não estão capacitados a celebrar missas em latim.

– Já faz quase uns 20 anos que a disciplina latim deixou de fazer parte da grade curricular dos cursos de teologia e filosofia, nos seminários – explica.

Para padre Chico, a decisão do papa teve por objetivo contentar alguns redutos católicos tradicionalistas, no norte da Europa, onde as missas tridentinas ainda têm muitos adeptos.

– Mas aqui, entre nós, não faz sentido. A missa em latim impede a comunicação com os fiéis, e sem essa comunicação a liturgia não acontece – destaca.

Márcio Pimenta, do setor de comunicação da Cúria Metropolitana, informou ontem que nenhum padre pediu até agora autorização para celebrar na região a missa tridentina.

Fonte: O Globo

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