O papa Bento XVI lamentou ontem que nos últimos anos a atenção tenha se concentrado “de maneira excessiva” e “unilateral” sobre “uma única problemática” do Pontificado de Pio XII (1939-1958).

Bento XVI fez esta reflexão ao receber ontem os participantes do congresso organizado pela Pontifícia Universidade Gregoriana e Lateranense sob o título de “A herança do Magistério de Pio XII e do Concílio Vaticano II”.

O pontífice, embora sem dizer abertamente, se referia às acusações ao papa Eugenio Pacelli feitas por alguns historiadores e judeus de que o antigo chefe da Igreja Católica foi condescendente com o nazismo e não se pronunciou enquanto acontecia o Holocausto.

Esta polêmica volta à tona após 50 anos da morte do papa Pacelli e devido ao seu controverso processo de beatificação.

“Nos últimos anos, quando se falou de Pio XII, a atenção se concentrou de maneira excessiva sobre uma única problemática, tratada na maioria das vezes de maneira unilateral”, disse Bento XVI.

Segundo o pontífice, isto “impediu uma aproximação mais adequada com uma figura de grande espessura histórico-teológica”.

O papa não se referiu no discurso ao processo de beatificação de Pio XII, e se limitou a lembrar a “valiosa herança” que o antigo pontífice deixou e que “a Igreja utilizou e utiliza como um tesouro”.

Sobre o magistério de Pio XII, Bento XVI destacou as “sábias normas sobre a formação dos sacerdotes” emanadas pelo pontífice e baseadas no “amor pessoal a Cristo, singeleza e sobriedade do estilo de vida, lealdade aos bispos e disponibilidade diante dos fiéis”.

Também ressaltou como o papa Pacelli encarou os problemas das diversas profissões, aconselhando juízes, advogados e operadores sociais, assim como indicando aos médicos “as normas deontológicas que deviam ser respeitadas durante sua atividade”.

Fonte: EFE

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