Presidente diz ser grande admirador do pontífice, mas ressalta que não concorda com a Igreja em todos os temas. Encontro, que deveria ser de meia hora, durou 52 minutos.

O presidente dos EUA, Barack Obama, reuniu-se nesta quinta-feira (27/03) pela primeira vez com o papa Francisco, para discutir temas como a luta contra a desigualdade e a pobreza no mundo.

O líder americano estava acompanhado do secretário de Estado, John Kerry. Ao encontrar com Francisco, Obama curvou-se em reverência ao pontífice enquanto apertava sua mão. “É uma grande honra. Sou um grande admirador”, disse o presidente. “Muito obrigado por me receber.”

[img align=left width=300]http://www.dw.de/image/0,,17523291_303,00.jpg[/img]Os dois sentaram-se diante de uma mesa de madeira na Biblioteca Papal com seus tradutores e a reunião, que deveria durar apenas meia hora, foi estendida para 52 minutos.

Obama presenteou o pontífice com um cesto repleto de sementes de frutas e verduras do jardim da Casa Branca. O presente foi uma referência ao anúncio feito por Francisco de que abriria os jardins da residência de verão papal para visitação do público.

Antes do encontro, Obama já havia manifestado sua admiração pelo papa numa entrevista publicada na edição desta quinta-feira do jornal italiano Corriere della Sera. O presidente elogiou a “autoridade moral” do pontífice e ressaltou a importância do papa na luta contra a desigualdade.

O líder americano, porém, fez questão de deixar claro que não concorda com o papa em todos os assuntos, numa aparente alusão a questões como o aborto e o planejamento familiar – temas que já foram motivo de discussão com bispos dos EUA.

A reunião com o papa também pode ajudar a melhorar a imagem de Obama que, nas eleições de 2008 e 2012, conquistou o voto católico.
O papa é mais popular nos EUA do que o próprio presidente. Uma pesquisa da Universidade Saint-Leo apontou que Francisco é popular entre 63% dos americanos – um contraste com o índice de aprovação de Obama, de 41%, segundo um levantamento feito pela CBS News e pelo The New York Times.

Ainda nesta quinta-feira, Obama deveria se reunir com o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, e com o presidente do país, Giorgio Napolitano. O líder americano também faria uma visita privada guiada pelo Coliseu.

Na entrevista ao Corriere della Sera, o presidente ressaltou o “papel crucial” que a Itália tem na região do Mediterrâneo e disse que Roma e Washington estão trabalhando juntos para ajudar na reconstrução da Líbia, depois da Primavera Árabe.

Obama está no meio de uma viagem pela Europa para trabalhar pela unidade do continente diante da crise na Ucrânia. Antes de chegar a Roma, o presidente passou pela Holanda e pela Bélgica.

[b]Fonte: DW[/b]

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