O papa Bento 16 vai reunir-se com o chefe de assuntos religiosos da Turquia quando visitar o país este mês. Ele é uma das autoridades que criticou fortemente as observações feitas pelo pontífice sobre o islã, há dois meses.

Ao anunciar detalhes da visita do papa à Turquia, o Vaticano disse no sábado que a primeira parada da viagem de quatro dias, em 28 de novembro, será no túmulo de Kemal Ataturk, o fundador da Turquia moderna e secular, sendo que depois disso ele se reunirá com dignitários turcos.

Um desses será o chefe de assuntos religiosos da Turquia, Ali Bardakoglu, que declarou que o discurso feito pelo papa em 12 de setembro foi “extremamente lamentável e preocupante…tanto para o mundo cristão quanto para a paz comum da humanidade”.

Bardakoglu mais tarde aceitou os pedidos de desculpas de Bento 16 pela ofensa causada por seu discurso, no qual ele citou frase de um imperador bizantino do século 14, segundo o qual tudo o que o profeta Maomé trouxe foi mau, “tal como sua ordem de que a fé que pregava fosse difundida pela espada”.

Mais tarde, o papa disse que tinha tentado “explicar que religião e violência não andam de mãos dadas, mas religião e razão, sim”.

A palestra do papa provocou uma reação violenta em muitos países muçulmanos, e alguns ativistas turcos pediram que fosse cancelada sua visita à Turquia. No dia 2 de novembro um homem foi preso por disparar uma arma diante do consulado italiano em Istambul, em protesto contra a visita do papa.

O primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan, não vai receber o papa, o que é incomum para uma visita de tão alto dignitário. O ministro das Relações Exterior, Abdullah Gul, em visita a Roma no início da semana, desmentiu as interpretações da mídia segundo as quais o gesto de Erdogan é uma rejeição ao papa.

O gabinete do premiê disse que ele estará numa cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na Letônia nos dois primeiros dias da visita do papa, que terá lugar entre 28 de novembro e 1o de dezembro, e, depois disso, estará ocupado com outras reuniões na Turquia.

Fonte: Reuters

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