Shekar — nome fictício por razões de segurança — nasceu na Índia e foi criado num ambiente hindu. Certo dia, alguém lhe ofereceu uma Bíblia e ele começou a ler.
Ao chegar em João 3.16, ele disse que ficou muito pensativo sobre o versículo. “Quando li o livro inteiro, descobri que Jesus veio ao mundo por causa de nossos pecados. Isso me fez perceber que sou pecador”, contou.
Sendo pecador, Shekar chegou à conclusão de que precisava de salvação. “Então, naquele momento, orei arrependido e aceitei a Cristo como meu salvador”, disse.
Porém, ao se tornar cristão, a vida ficou complicada para Shekar. O simples fato de ter acesso a uma Bíblia e se converter afetou de forma profunda seu relacionamento com os familiares.
Na Índia, quem abandona o hinduísmo para seguir a Cristo é excluído da sociedade e visto como cidadão de segunda categoria.
Apesar da constituição indiana assegurar o direito a professar, praticar e propagar livremente a religião, na prática, essa não é uma realidade para os cristãos que vivem no país.
Oficiais do governo são hostis aos cristãos, o que resulta em prisões, perseguição, intimidação e demolição de igrejas. Líderes e grupos étnicos também pressionam convertidos que abandonam a religião e rituais dos antepassados, já que isso é considerado um insulto ao grupo. Para eles, nascer indiano é nascer hindu.
Após servir a Deus por tanto tempo, Shekar se familiarizou com a perseguição no país. “Por ser líder de igreja, sou culpado pelas conversões e acusado de enganar pessoas usando dinheiro para se converterem. Nós enfrentamos muitos desafios”, compartilhou.
Shefar e sua família experimentaram a perseguição da forma mais violenta. Certo dia, ele estava reunido com cristãos para orar quando policiais chegaram e começaram a fazer ameaças.
Apesar do medo, ele não fugiu. Os policiais apreenderam Bíblias e livros e, depois, os levaram para a delegacia. Os cristãos foram assediados, agredidos e torturados.
Durante o interrogatório, perguntaram a Shekar se ele pagava hindus para se converterem ao cristianismo. Ao negar, foi muito agredido. A violência foi tanta que o tímpano dele estourou.
Apesar disso, Shekar afirma que se sentiu perto de Jesus. “Eu fiquei com medo ao ser torturado, mas lembrei das promessas de Deus”, disse.
A intenção dos policiais era que Shekar e sua família deixassem o vilarejo onde moravam. “Decidi sair para manter minha família em segurança e continuar o ministério”, explicou.
Embora tenham deixado o perigo imediato, a tristeza permanece. “Foi o maior desgosto da minha vida deixar a igreja e os membros para trás. Saí de lá chorando e lamentando”, continuou.
O ataque também devastou a família financeiramente. A conta médica após as agressões foi alta, o que afetou os recursos destinados a comprar mantimentos e pagar o aluguel.
Atualmente, o pastor Shekar e a família estão recebendo ajuda da Portas Abertas para permanecer na jornada com Jesus na Índia. Apesar de não serem aceitos pelos vizinhos, sabem que pertencem a uma comunidade maior, a família da fé, e por isso o pastor é grato. “Vocês oraram por nós e nos ajudaram. Sou grato do fundo do meu coração”, concluiu.
Fonte: Guia-me com informações de Portas Abertas