Pastor Noel Garcia dos Reis, presidente da Assembleia de Deus Ministério Sheknah, em Planaltina de Goiás (Foto: Reprodução)
Pastor Noel Garcia dos Reis, presidente da Assembleia de Deus Ministério Sheknah, em Planaltina de Goiás (Foto: Reprodução)

O pastor Noel Garcia dos Reis, 64 anos, presidente da Assembleia de Deus Ministério Sheknah, em Planaltina de Goiás (GO), foi denunciado pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) por desviar verbas da igreja, além de ser acusado de coação e perseguição.

De acordo com a polícia civil e o Ministério Público, quem encabeça o esquema é o pastor presidente Noel Garcia.

No inquérito aberto pela polícia, os investigadores apontam três formas em que o pastor se aproveitou da situação enquanto gestor da igreja: pagamento de plano de saúde às custas da instituição religiosa por 28 vezes; pagamento de contribuições previdenciárias por 27 vezes; e a aquisição de imóvel em benefício próprio, dando desfalque ao caixa da igreja, em uma ocasião.

A polícia cita a existência de uma planilha do último tesoureiro da igreja, denominada como “salvação”. Nela, descreve que a instituição efetuou vários pagamentos relativos a um plano de saúde ao pastor. No entanto, dentro do estatuto da instituição, não há autorização para que fosse executado esse tipo de pagamento.

“Essas despesas também não poderiam ser suportadas pela instituição religiosa em razão de que são absolutamente estranhas à função religiosa exercida pelo denunciado, vale dizer, elas, direta ou indiretamente, em nada contribuem para o exercício da função religiosa por ele assumida, revestindo-se, pois, de verdadeira usurpação financeira”, argumentou o promotor do caso, Asdear Salinas Macias.

Ao todo, dentro do período investigado pela polícia e pelo MP, o caixa da instituição sofreu desfalque de R$ 71,5 mil.

O modus operandi do pastor consistia em mudanças frequentes na equipe de tesouraria, trazendo valores já pagos para uma lista de débitos, sempre endereçando a dívida a ser paga ao próprio Noel.

Segundo o promotor, existe um imóvel que era de propriedade da igreja e que foi repassado ao nome de Noel. O imóvel, localizado na mesma quadra da instituição religiosa, segundo o MP, foi repassado ao nome do pastor porque a instituição tinha “dívidas” a serem pagas ao próprio Noel.

Na investigação, uma das testemunhas chaves do inquérito relatou que a dívida foi paga “tempos atrás” e que o assunto sobre a doação do imóvel era “tratado sob muito sigilo entre a diretoria (da igreja)”.

O MPGO também solicitou à Justiça de Goiás a quebra de sigilo bancário e fiscal de Noel e da igreja para investigar se existem mais desvios cometidos pelo pastor em datas anteriores. O período solicitado pelos promotores é de maio de 2015 a março de 2023.

Caso a denúncia seja aceita, o MPGO também pede que o pastor Noel seja afastado de todas as funções de presidente da igreja durante o curso do processo penal e seja proibido de manter contato com qualquer testemunha do processo, devido à tentativa de manipulação de depoimentos durante o inquérito.

Fonte: Fuxico Gospel e Correio Braziliense

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