A pastora Kathleen Hepler que deve assumir o cargo de Ministra na Igreja Unitariana Universalista em março quer ajudar em uma das questões que mais vem dividindo a cidade de Framingham, assim como todo os Estados Unidos: a imigração.

Ela acredita que com suas experiências passadas possam acrescentar muito nesse tema, ajudando na busca de soluções. Por isso, ela vem realizando encontros com a comunidade para debater imigração e fala sobre o tema abertamente durante suas pregações.

Foi ajudando trabalhadores mexicanos em fazendas no estado de Minessota, há vinte anos atrás que Kathleen Hepler, assistente social voluntária na época, aprendeu suas primeiras lições em imigração.

Seu sermão sobre imigração realizado pela primeira vez em agosto, mencionou a divisão da cidade por causa das agências de serviço social e atingiu proporções que foram além dos membros de sua igreja.

Algumas pessoas de fora de sua congregação vieram para a igreja na semana passada para continuar o diálogo que afeta a cidade. O debate foi tão produtivo, que Hepler planeja continuar os encontros. “Percebo que essas questões estão causando muita dor” diz Hepler, “Mas sinto que precisamos falar sobre isso”.

Sua decisão em abrir diálogo sobre imigração não deveria ser surpresa, já que as congregações da Igreja Unitariana Universalista espalhadas pelos Estados Unidos, são conhecidas por sua postura em questões sociais através da história. Essa denominação religiosa tem orgulho de ter participado do movimento anti-escravista, bem como ter dado amparo à causa dos direitos femininos e civis.

“Existem dos sistemas operando aqui: o legal e o ilegal, e de que forma estamos usando o ilegal para beneficio de nossa economia”, diz ela. “Eu acredito que existem muitas ambivalências. Nós fazemos vista grossa ao fato de nossa economia usar pessoas indocumentadas. Pessoas que normalmente servem nossa economia sem proteção ou cuidado para suas vidas ou por quem elas são”, completa Hepler.

A pastora se mostrou favorável a uma reforma imigratória que leve o imigrante ao caminho da cidadania. “Essas pessoas deveriam ser tratadas com dignidade e de maneira humana. Nós estamos usando pessoas em benefício da nossa economia. Temos que questionar se é justo fazer dos imigrantes ilegais uns demônios, e num piscar de olhos, nós os empregamos, pagamos salários baixos e oferecemos nenhuma proteção a eles”.

Fonte: Brazilian Voice

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