O que deveria ser motivo de comemoração no meio evangélico acabou virando alvo de crítica dos pastores. Apesar do aumento das “Bancadas Evangélicas” nas Câmaras e na Assembléia, os pastores ressaltam que muitos políticos acabam se desviando dos caminhos que pregavam antes das eleições, e acabam envergonhando as igrejas.

“Você conta nos dedos de uma mão os membros das bancadas evangélicas que se salvam. Muitos deixaram a desejar, trocando votos por emprego e praticando clientelismo a torto e a direito. Isso não se faz. Estão achincalhando o nome do Evangelho”, criticou o pastor Abílio Rodrigues, presidente da Associação de Pastores de Vitória.

Para o pastor Oliveira de Araújo, presidente da Convenção Batista Brasileira, o desapontamento com a maioria dos políticos evangélicos começou ainda no governo do ex-presidente José Sarney (PMDB). “Tivemos um passado de muita frustração. Na época do Sarney, elegeu-se uma bancada grande que levou o nome de Bancada Evangélica. Mas o que se viu foi uma cambada, e não uma bancada. Eles se esqueceram dos princípios cristãos e se enveredaram pelo caminho das vantagens individuais. Hoje a situação é semelhante”, destacou.

Mas Oliveira pontuou que alguns políticos ainda se têm honrado o nome do Evangelho. “Um ou outro ainda se destaca. Temos, por exemplo, muito orgulho do prefeito Audifax Barcelos (PDT), que tem feito uma administração moderna, honesta e inteligente. Ele é um motivo de orgulho para nós”, elogiou.

Desempenho fraco

O presidente do Fórum Político Evangélico do Espírito Santo, pastor Lauro Cruz Reis, também criticou o desempenho das autoridades evangélicas.

“Lamentavelmente, a gente não tem visto uma atuação que esperávamos. Muitos, quando se metem na política esquecem os valores do Evangelho e do Reino de Deus. A integridade e a ideonidade são valores pregados pelo Evangelho e que se forem usados, toda a sociedade sairá ganhando. Mas muitos estão se esquecendo desses valores”, completou.

Fonte: Jornal A Gazeta

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