Há elementos suficientes para processar Augusto Pinochet: com essa análise, o juiz Jorge Zepeda acolheu o pedido de revogação de imunidade, do ex-ditador, por responsabilidade no desaparecimento de um sacerdote espanhol, Pe. Antonio Llidó, detido no mês de janeiro de 1975.

A decisão de Zepeda deverá agora ser aprovada ou revogada pela Tribunal de Recursos e, em última instância, pela Corte Suprema. O pedido foi apresentado pela advogada Fabiola Letelier, filha do ex-ministro do Exterior, Orlando Letelier, assassinado em Washington no dia 21 de Setembro de 1976, pela DINA, a política secreta do regime de Pinochet, junto com sua secretária, Ronni Moffit.

Entre as testemunhas a favor da acusação, encontra-se o bispo luterano, Helmut Frenz, segundo o qual, num encontro com Pinochet, esse lhe teria dito que Pe. Llidó “devia ser torturado, porque não era um sacerdote, mas sim um marxista”.

Após a prisão, o sacerdote foi transferido para a colonia “Dignidad”, uma enorme fazenda que se encontra 350 km ao sul de Santiago, de propriedade do mercenário nazista, Paul Schaefer, que hospedou o serviço secreto da ditadura Pinochet. Ali, se realizaram, em absoluto segredo, os trabalhos mais “sujos” da repressão. Acerca do paradeiro de Pe. Llidó não se soube mais nada.

Pe. Antonio Llidó é o único sacerdote espanhol desaparecido durante a ditadura de Pinochet (1973-90), que ceifou a vida de, pelo menos, 30 mil pessoas. Nos dias passados, foi apresentado outro pedido de revogação da imunidade de Pinochet, para que ele possa responder pela morte de um sacerdote chileno (que havia deixado o ministério) de origem italiana, Pe. Omar Venturelli Leonelli, detido no dia 25 de setembro e desaparecido no dia 4 de outubro de 1973. Era professor da Universidade Católica de Temuco e participava do Movimento Cristãos pelo Socialismo. Ficou detido no cárcere de Temuco até seu desaparecimento.

Fonte: Rádio Vaticano

Comentários