A publicação, pela primeira vez, de uma série de poemas eróticos do espanhol Juan Ramón Jiménez, prêmio Nobel de literatura de 1956, vem provocando polêmica na Espanha e levou uma ordem religiosa a pedir que eles não fossem divulgados.

A razão da polêmica é que alguns dos 25 poemas inéditos de Jiménez teriam referências a relações amorosas com freiras.

O poeta teria mantido relacionamentos com três freiras do sanatório comandado pelas Irmãs do Santo Rosário quando esteve internado no local para tratamento de saúde, entre 1901 e 1903.

Segundo o diário espanhol , o autor se referia aos dois anos que passou no sanatório, em Madri, como “os dois anos mais felizes” de sua vida.

Um dos poemas, dedicado à freira Pilar Ruberte, proclama: “Irmã Pilar, ainda tens os olhos negros? E tua boca tão fresca e vermelha? E teus peitos… como estão teus peitos? Ah, lembras quando entravas no meu quarto às altas horas, quando me chamavas como a uma mãe, quando me dava broncas como a uma criança?”.

Em outro, o poeta diz “Irmã! Desfolhávamos nossos corpos ardentes, em uma profusão sem fim e sem sentido. Era outono e o sol – lembras? – adoçava tristemente a morada com um esplendor doce”.

Os poemas eróticos de Jiménez nunca haviam sido publicados por pedido do próprio autor, preocupado em não ofender sua futura mulher, Zenóbia Camprubí, com quem se casou em 1913.

Além dos relacionamentos com as freiras, os poemas inéditos de Jiménez trazem referências a outras de suas conquistas amorosas da juventude, entre elas mulheres casadas, como a esposa de seu médico, que o havia acolhido em sua casa para tratá-lo.

Fonte: BBC Brasil

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