O presidente turco Recep Tayyp Erdogan participou nesta sexta-feira, 24, da primeira oração muçulmana na Basílica Santa Sofia, em Istambul, que voltou a ser uma mesquita no dia 10 de julho.

O evento reuniu milhares de pessoas apesar da epidemia de covid-19. A “reconversão” do monumento, entretanto, interessa pouco os turcos, dizem especialistas.

Imagens católicas foram escondidas por longos panos brancos.

Milhares de pessoas se aglomeraram no local para participar das orações, apesar do risco de infecção. As autoridades pediram aos fiéis que usassem máscaras de proteção, trouxessem seu próprio tapete e fossem pacientes. Os participantes também tiveram a temperatura medida na entrada.

Dirigentes e responsáveis de vários países muçulmanos, como o Catar e o Azerbaijão, também foram convidados, segundo a imprensa turca. Um forte esquema de segurança, com mais de 20 mil policiais, foi montado para receber as autoridades.

A Basílica de Santa Sofia é uma obra monumental do século 7º e é um dos monumentos mais visitados de Istambul. Santa Sofia foi construída para ser a catedral de Constantinopla, em 537, e em 1453 se tornou mesquita. O local foi transformado em museu em 1931. O presidente Erdogan decidiu transformá-la em mesquita novamente após uma decisão judicial que retirou o status de museu do local.

A medida gerou polêmica e suscitou reações da Grécia, que acompanha de perto o futuro do patrimônio bizantino na Turquia. O papa Francisco também declarou estar “preocupado” com a decisão.

O papa lamentou a decisão da Turquia de converter a Basílica de Santa Sofia, em Istambul, em uma mesquita.

O líder católico mencionou a situação do antigo templo bizantino durante o Angelus, no Vaticano, ao falar sobre a Jornada Internacional do Mar. “O mar me leva um pouco distante com o pensamento: a Istambul. Penso em Santa Sofia e sinto muita dor”, declarou Francisco, sem se alongar na questão.

Perseguição aos cristãos

Com uma população 98,3% muçulmana, a influência do islamismo na Turquia está crescendo.

Após os agnósticos, os cristãos são o terceiro maior grupo religioso no país – no entanto, esse grupo corresponde a menos de 1% da população.

O principal tipo de perseguição presente na Turquia é a opressão islâmica, fazendo com que o nacionalismo religioso afete todos os cristãos no país, mas especialmente os cristãos ex-muçulmanos.

O nacionalismo religioso presente na sociedade coloca muita pressão sobre os cristãos.

Fonte: UOL e Portas Abertas

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