O arcebispo da Canterbury e primaz da Igreja Anglicana, Rowan Williams (foto), fará sua primeira visita oficial ao Papa Bento XVI do dia 22 a 26 de novembro, no que se interpreta como uma tentativa de reforçar os laços entre anglicanos e católicos.

O jornal britânico “The Daily Telegraph”, que informou nesta segunda-feira sobre a visita, assinala que os vínculos foram ultimamente submetidos a tensões por causa das polêmicas relativas à ordenação de mulheres e homossexuais.

O jornal publica que, em um gesto profundamente simbólico, os dois líderes religiosos planejam rezar juntos, além de realizarem uma reunião privada.

Além disso, espera-se que os dois líderes religiosos anunciem uma nova rodada de conversas que ponham fim às disputas teológicas que dividiram anglicanos e católicos desde a reforma protestante.

As conversas quase fracassaram após a consagração em 2003 nos Estados Unidos de um bispo que tinha declarado que era homossexual.

Acredita-se também que o primaz anglicano renove o convite ao Sumo Pontífice para que visite a Grã-Bretanha. No ano passado, os bispos católicos da Inglaterra e de Gales, e o primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, já tinham feito.

A viagem de Rowan Williams ao Vaticano é particularmente simbólica porque acontece quarenta anos após uma reunião histórica entre seu antecessor como primaz anglicano, o arcebispo Michael Ramsey, e o Papa Paulo VI.

Essa foi a primeira reunião oficial entre os líderes das duas Igrejas desde que o rei Henrique VIII da Inglaterra rompeu com Roma porque o Papa negava o divórcio dele com Catarina de Aragão para poder se casar em 1533 com sua amante Ana Bolena.

Em 2003, quando Williams se reuniu com o Papa João Paulo II, este lhe disse que o fato de permitir a ordenação de homossexuais declarados na Igreja Anglicana criava “um obstáculo sério” para o caminho da unidade.

A Comissão Internacional Anglicana-Católica Romana publicou um relatório no qual se menciona a possibilidade de que o Papa se transforme em uma espécie de “primaz universal” de todas as denominações cristãs.

Fonte: EFE

Comentários