Culto em um templo da Igreja Universal
Culto em um templo da Igreja Universal

O senador Marcelo Castro (MDB-PI), relator do novo Código Eleitoral no Senado, pretende fazer ao menos duas importantes mudanças em relação ao texto aprovado na Câmara dos Deputados. Ele pretende vetar campanhas eleitorais em templos religiosos.

Esse dispositivo está entre os mais polêmicos do Código Eleitoral aprovado na Câmara em 2021. Desde então, o texto vem sendo amadurecido no Senado e já teve três relatores nos últimos anos – Castro é o último deles.

O relator confirmou que vai derrubar a permissão para campanhas políticas em templos religiosos. Segundo ele, um templo religioso “é o lugar de se praticar religião, não é lugar de se praticar política”. “Esse é um tema mais do que polêmico. É um tema que traz sempre muita divergência, mas nós achamos que a igreja não é lugar de campanha eleitoral”, afirmou.

“Nós respeitamos todas as religiões, seja de que credo for, está na Constituição. Nós somos um Estado laico. Mas não é um ambiente próprio para se fazer campanha eleitoral.”

O texto aprovado na Câmara permite que seja realizada campanha política em templos religiosos e universidades. A inclusão desse dispositivo foi uma demanda da bancada evangélica da Casa.

A legislação eleitoral atual permite a campanha política em universidades. O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, em 2020, afastar qualquer punição nesse sentido. No caso dos cultos, porém, há um entendimento de que a campanha a favor de um candidato dentro de um templo pode configurar abuso de poder religioso.

Castro reforçou que vai manter em seu texto a permissão para as campanhas políticas nas universidades. Segundo ele, o ambiente universitário “é de uma multiplicidade de pensamentos e de ideias”.

“Universidade é aberta, as pessoas podem debater as suas ideias em qualquer ambiente, não há uma doutrinação, não há uma formação, não uma ideologia definida. A universidade comporta todo mundo, todas as crenças e todas as ideologias. Até quem não tem crença nenhuma e quem não tem ideologia participa da universidade também”, completou.

Fonte: O Sul

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