O governo do Reino Unido planeja fazer uma intervenção em mesquitas do país como parte de um programa nacional de segurança contra pessoas consideradas radicais islâmicos.

A ministra britânica das Comunidades, Ruth Kelly, anunciou na quinta-feira que a Comissão de Caridade terá agora um novo papel, reforçando suas tarefas para controlar as instituições religiosas da Inglaterra e também do País de Gales.

Kelly, que é uma trabalhista, informou que o governo destinará US$ 1,2 milhões para criar uma unidade religiosa dentro da comissão, que ajudará os muçulmanos a reforçar sua liderança e o controle dentro das mesquitas.

A medida promete dar ainda mais poderes aos promotores do país que trabalhem ao lado da polícia contra pessoas que podem ser consideradas extremistas. O extremismo será alvo de uma nova unidade antiterrorista.

Estes planos fazem parte das políticas governamentais na luta contra o terrorismo, que se intensificaram depois dos atentados de 7 de julho de 2005 em Londres. Nos atentados contra os sistema de transporte público de Londres, 56 pessoas morreram e mais de 700 ficaram feridas.

Jovens

No mês de fevereiro, os ministros do premiê Tony Blair pediram seu apoio para um projeto piloto contra jovens considerados fundamentalistas islâmicos. “Não subestimo as dificuldades que enfrentamos ou o tamanho dos desafios presentes. Mas, a partir do diálogo que tive com membros das comunidades muçulmanas do país, percebi o desejo de acabar com o extremismo dentro da religião”, explicou Kelly durante a apresentação do programa.

“Alcançaremos o sucesso uma vez que façamos uma aliança contra o radicalismo violento. Temos que chegar à grande maioria, que está acuada pelos ataques terroristas executados em nome do islamismo”, acrescentou.

O Conselho Muçulmano Britânico (MCB), que reúne as principais organizações islâmicas do país, criticou a medida do governo. Em nota, o MCB afirmou que a medida discrimina e aponta unicamente para os radicais do mundo muçulmano.

Um estudo recente realizado pelo governo concluiu que a radicalização dos jovens muçulmanos na Reino Unido é conseqüência dos discursos das lideranças das mesquitas tradicionais. O relatório sublinhou que os jovens islâmicos do país tem uma crise de identidade com seus pais. Esta crise, na maioria dos casos, os leva à aproximação de grupos extremistas.

Fonte: Portas Abertas

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