Quem não curte ou por convicção religiosa não brinca o Carnaval, ainda assim não perde o feriadão. Os retiros promovidos por grupos católicos ou evangélicos são ótimas opções. Baratos, saudáveis e divertidos, esses programas são cada vez mais populares, na medida em que as festas carnavalescas se tornam mais violentas.

A reportagem do jornal Midiamax foi até a chácara Segredo, na saída para o distrito de Rochedinho, em Mato Grosso do Sul, onde está concentrado um grupo de evangélicos da Igreja Batista Renovo. São cerca de 130 pessoas, a maioria crianças e adolescentes, mas também muitos casais, moças e rapazes. São todos de Campo Grande, chegaram na chácara na tarde do sábado e só voltam para suas casas na tarde da terça-feira.

Na chácara eles jogam futebol, vôlei, tomam banho nas piscinas (uma adulta e outra infantil), brincam de gincana, cantam, conversam, riem e oram muito. “É um jeito de aproveitar o feriado de Carnaval para elevar o pensamento a Deus e também relaxar, se divertir, confraternizar em um ambiente saudável”, explicou o pastor Daniel Sanches.

O que há também é muita comida. Por R$ 40,00 a pessoa tem direito a quatro refeições por dia: café da manhã, almoço, lanche e jantar, acompanhados de sobremesa. Dormir não é problema: a maioria arranja-se em barracas, as mães com filhos dividem a única casa da chácara.

Quem pensa que retiro é programa sossegado se engana. A programação começa cedo e prossegue até à noite. E quem pensa que evangélico nem pode pronunciar a palavra Carnaval também está equivocado. Hoje à noite, por exemplo, o grupo tem uma badalada festa a fantasia. Quem fizer o arranjo de cabelo mais engraçada ganha um prêmio. Mas é claro: a diversão corre solta só ao som de música gospel, nada de axé, pagode ou samba.

“Aqui as famílias se unem, se divertem, estudam a Bíblia e ficam longe da confusão do Carnaval”, assegura o pastor Ramão Moreira, coordenador do retiro. A igreja faz esse programa há dez anos e cada vez o público aumenta mais. No ano passado eram 120 pessoas, esse ano foram mais 10.

Rodrigo Miyashiro, 18 anos, estudante de Psicologia, disse que sofria de problemas depressivos, era muito tímido e não conseguia fazer amigos. No retiro, pondera, fica longe de bebidas, de drogas, mais próximo de Deus “e distante das coisas que podem me deixar triste como eu era antes”. No grupo se sente à vontade e faz amigos. Talita da Silva, 16 anos, há cinco freqüenta aos retiros. Ela conheceu a igreja através da mãe, que hoje não é mais batista, mas a filha não desistiu. Agora ela vai com os três irmãos mais novos e gosta de tudo que se faz lá.

Cleonice Maria, 43 anos, trabalha como voluntária na cozinha do retiro há três anos. Ela leva a filha adolescente e diz que gosta do ambiente, porque os jovens fazem amizades saudáveis.

Nelson Mandu, 22 anos, foi para acompanhar a namorada. Ele não é membro da Igreja. Ano passado não foi porque achava o programa “chato”. Esse ano gostou, vai ficar até o último dia e já reservou vaga no próximo retiro.

Fonte: MidiaMax

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