Em meio à revolta muçulmana com um filme que ironiza o profeta Maomé, o semanário satírico francês “Charlie Hebdo” voltou a comprar briga com o islã.
A edição do periódico que chega às bancas hoje publica charges do profeta.
Na capa, um desenho mostra um judeu ortodoxo carregando um muçulmano numa cadeira de rodas. Ambos dizem ao leitor: “Não ria!”.
Em novembro passado, uma capa do periódico já havia retratado Maomé, provocando a revolta de muçulmanos franceses -que incendiaram a sede da revista.
“As charges chocarão aqueles que querem estar chocados, lendo uma revista que não leem nunca”, declarou o diretor da publicação, conhecido como Charb.
O ministro de Assuntos Estrangeiros francês, Laurent Fabius, em visita ao Egito, condenou as caricaturas, afirmando ser “contra as provocações neste período hostil”.
Já o primeiro-ministro, Jean-Marc Ayrault, defendeu o princípio da liberdade de expressão e do Estado laico.
“Se começamos a nos perguntar se temos o direito de desenhar Maomé ou não, a pergunta seguinte será se podemos representar os muçulmanos, e depois, se podemos representar seres humanos. E, por fim, não representaremos mais nada”, disse Charb.
O assunto ganha repercussão pela onda de protestos devido ao filme norte-americano “Inocência dos Muçulmanos”, que mostra Maomé pedófilo e sanguinário.
Ontem, os protestos continuaram em diversos países, embora com intensidade menor do que os ocorridos na semana passada.
CARRO-BOMBA
No Afeganistão, uma mulher de 22 anos matou ao menos 12 pessoas em um atentado com um carro-bomba no Afeganistão.
O grupo Hizb-i-Islami reivindicou a ação e afirmou ter sido planejada como protesto contra o filme. O ataque matou oito sul-africanos, três afegãos e um quirguiz, todos funcionários do setor de aviação que iam ao aeroporto de Cabul, segundo o governo.
A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, se manifestou ontem sobre a morte do embaixador americano na Líbia, Chris Stevens.
“Não tínhamos informações de inteligência factíveis sobre planos ou a iminência de um ataque ao nosso consulado em Benghazi”, afirmou, rechaçando suspeitas de que o governo cogitava a hipótese de um atentado.
[b]Fonte: Folha de São Paulo[/b]