Um relatório da Comissão Internacional da Cruz Vermelha afirma que o bloqueio israelense à Faixa de Gaza deixa um milhão e meio de palestinos “desesperados” e “sem condições para reconstruir suas vidas”.

O relatório foi divulgado seis meses depois da última ofensiva israelense à Faixa de Gaza, iniciada no dia 27 de dezembro de 2008, que deixou pelo menos 1.300 palestinos mortos.

Segundo o relatório, milhares de pessoas que perderam suas casas durante a ofensiva israelense não têm abrigos adequados.

O documento menciona a necessidade urgente de materiais de construção e medicamentos básicos e afirma que o colapso da economia da Faixa de Gaza levou a um aumento significativo da pobreza na região.

“O nível de pobreza na região é alarmante”, afirma o relatório, que também menciona que o número de crianças desnutridas na Faixa de Gaza aumentou.

De acordo com a Cruz Vermelha, o fornecimento de água à população da Faixa de Gaza é precário e o sistema de saneamento está “à beira do colapso”.
A Cruz Vermelha afirma que “todos esses problemas decorrem diretamente do bloqueio rígido, decretado por Israel, às passagens terrestres para a Faixa de Gaza, desde que o movimento islâmico Hamas tomou o poder há dois anos”.

‘Principal responsável’

De acordo com o porta-voz do primeiro ministro israelense “o Hamas é o principal responsável pelas dificuldades da população civil em Gaza”.

O porta-voz também declarou que “se a entrada de materiais de construção fosse autorizada, seria simplesmente impossível confiar que o Hamas não utilizaria os materiais para sua máquina militar”.

As autoridades israelenses afirmaram que permitem a entrada na Faixa de Gaza somente de produtos básicos “com fins humanitários” e condicionam o fim do bloqueio à libertação do soldado israelense capturado há três anos pelo Hamas, Gilad Shalit.

Os produtos cuja entrada na Faixa de Gaza é permitida por Israel pertencem basicamente a três categorias: alimentos, medicamentos e materiais de limpeza.

Todos os outros produtos são proibidos, inclusive materiais de construção como cimento e ferro, necessários para reconstruir a infraestrutura da Faixa de Gaza que ficou seriamente danificada depois da ofensiva israelense.

Aparelhos elétricos como geladeiras e máquinas de lavar também não podem entrar na Faixa de Gaza, além de peças para veículos, tecidos, lâmpadas, livros, instrumentos musicais, roupas e sapatos.

A severa limitação aos produtos que podem entrar na Faixa de Gaza faz parte da tática adotada pelo governo israelense para pressionar a população palestina e assim tentar enfraquecer o poder do Hamas na região.

Fonte: BBC Brasil

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