O Conselho Nacional Suíço, câmara baixa do Parlamento, votou nesta terça-feira a favor da proibição da burca na Suíça, um país onde muitas turistas do Oriente Médio passeiam completamente cobertas.

O texto, apresentado pelo principal partido suíço, a direitista União Democrática do Centro (UDC), obteve uma maioria apertada.

Agora deve ser discutido pelo Conselho dos Estados (câmara alta), mas o mais provável é que a palavra final fique nas mãos dos eleitores em um referendo.

A proibição da burca é um tema que preocupa a opinião pública na Suíça.

Um total de 71% dos suíços são favoráveis à proibição desta vestimenta, segundo uma pesquisa publicada em agosto pelo jornal Matin Dimanche.

Atualmente, a burca está autorizada na Suíça, salvo em Tesino (sul), um dos 23 cantões das Confederação Helvética.

O cantão de Tesino organizou há três anos um referendo sobre o tema e a maioria dos participantes se pronunciou a favor da proibição.

A proibição entrou em vigor em 1º de julho passado e os que violarem a lei podem receber uma multa mínima de 100 francos suíços (92 dólares).

Estimulados pelo exemplo de Tesino, militantes contrários à burca decidiram lançar uma iniciativa popular federal, algo específico ao sistema político suíço, para conseguir realizar um referendo sobre a proibição da burca em todo o território suíço.

Para que um referendo seja realizado, são necessárias 100.000 assinaturas, e se o comitê pró-referendo conseguir reuni-las a consulta pode ser realizada em dois anos.

A Suíça tem 8 milhões de habitantes, dos quais 300.000 são de religião muçulmana.

A maioria das mulheres que usam burca nos espaços públicos são turistas estrangeiras, procedentes sobretudo do Oriente Médio.

[b]Fonte: AFP[/b]

Comentários