A taxa de suicídios nos Estados Unidos aumentou entre 1999 e 2005, pela primeira vez em mais de uma década, e principalmente entre as mulheres brancas, segundo um estudo da Escola de Saúde Pública Bloomberg da Universidade Johns Hopkins.

O estudo, divulgado nesta segunda-feira pela revista “American Journal of Preventive Medicine”, revela que as armas de fogo foram o instrumento mais usado pelos americanos que tiraram a própria vida durante o período, acrescentou o relatório sobre essa investigação.

Além disso, os adolescentes, os adultos jovens de um e outro gênero e os idosos brancos deixaram de ser, nesse período, os grupos mais propensos a cometer suicídio, segundo a pesquisa.

A investigação descobriu que o aumento geral dos suicídios entre 1999 e 2005 ocorreu principalmente entre os brancos de 40 e 64 anos e que a maior alta correspondeu às mulheres brancas na meia idade.

Nesse lapso, os suicídios no país aumentaram só 0,7%, mas entre os brancos o crescimento anual foi de 2,7%, enquanto entre as mulheres brancas de meia idade foi de 3,9%, afirmou o levantamento.

Em contraste, o suicídio entre os negros caiu consideravelmente nesses anos e se manteve estável entre os americanos de origem asiática e entre os americanos nativos.

No entanto, apesar de as armas de fogo terem sido o método predominante de suicídios, esse diminuiu durante o período.

Os suicídios através de sufocamento subiram de forma notável: 6,3% entre os homens e 2,3% entre as mulheres.

Em 2005, por exemplo, a forca ou o sufocamento representaram 22% dos suicídios e ultrapassaram os 18% do envenenamento, indicou o estudo.

“Os resultados indicam uma mudança na epidemiologia do suicídio no qual os brancos de meia idade surgem como o grupo de maior risco”, indicou Susan Baker, professora do Centro de Pesquisas e Política da Escola de Saúde Pública.

“Historicamente, os programas de prevenção do suicídio focavam nos grupos de maior risco: jovens, adultos jovens e idosos brancos”, acrescentou.

“Esta investigação nos diz que é necessário dirigir agora nossos recursos ao desenvolvimento de programas de prevenção para homens e mulheres de meia idade”, indicou Baker.

Os pesquisadores admitem que até agora desconhecem as razões da mudança.

No entanto, afirmaram que, “embora fosse possível atribuir os resultados a um aumento da crise ao calcular a média de vida de uma pessoa, há outros estudos que afirmam que essa idade é também um momento de relativa segurança e de bem-estar emocional”.

Portanto, “é necessário explorar as mudanças sociais que poderiam afetar de maneira desproporcional os adultos de meia idade neste país”, acrescentou Baker.

Fonte: EFE

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