Deputados do Estado de São Paulo criaram uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as causas da permanência de trabalho escravo contemporâneo no Brasil.

Uma das investigações fizeram com que eles chegassem a uma confecção que produz peças para a loja Talita Kume, famosa entre evangélicos.
Um sobrado localizado na Zona Norte da capital era usado como confecção, ali moravam duas famílias e mais três jovens que eram impedidos de sair e tinham suas vidas completamente controladas pelo casal que são os donos da confecção.

Todos os trabalhadores são bolivianos, vieram da Bolívia exatamente para trabalhar nessa oficina, tanto que a passagem foi descontada do salário, como relatou a repórter Bianca Pyl, da Repórter Brasil, ela acompanhou a operação que resgatou esses trabalhadores.

A loja Talita Kume foi responsabilizada por ter contrato direto com a oficina, ao contrário de outras grifes que já foram envolvidas em casos parecidos, mas que provaram não ter ligação direta com as oficinas que contratam pessoas em regimes escravos.

Ao que parece cada costureira ou costureiro ganhava R$1 por peça, a loja de moda evangélica pagava R$3,80 para a oficina e a fiscalização percebeu que as roupas da marca custam em média R$49,90.

A CPI chegou a conclusão de que a empresa estipulava o preço da peça, entregava os tecidos cortados e a peça piloto para ser copiada na oficina de costura. Além dessa oficina outras 15 prestam serviço para a loja Talita Kume, sendo que delas apenas cinco possuem o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ).

A fiscalização resultou no pagamento de multas rescisórias e também foram lavrados 42 autos de infração contra a empresa que contava essa oficina. Uma das infrações se refere a discriminação étnica de indígenas, já que os costureiros que vieram da Bolívia são das etnias de Quechua e Auymara. O advogado da empresa, Nelson Hoing, foi procurado pela reportagem da Repórter Brasil, mas não quis se pronunciar.

[b]Fonte: Gospel Prime[/b]

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