Carolina Heringer
O GLOBO
A pastora e deputada federal Flordelis dos Santos, acusada de ser a mandante da morte de seu marido, o pastor Anderson do Carmo enviou um áudio para frequentadores de sua igreja em Piratininga, Niterói, na última terça-feira.
Na gravação, a qual o GLOBO teve acesso, a parlamentar convoca os fiéis para o culto que aconteceria naquele dia e defende seu filho afetivo, o pastor Carlos, que foi preso na segunda-feira acusado de envolvimento no assassinato de Anderson.
No áudio, Flordelis pede que nenhum fiel “dê respostas nas redes sociais” e diz que a “batalha” será vencida na oração. Carlos era responsável pela filial do Ministério Flordelis em Piratininga. Na gravação, a pastora diz ainda que é hora da “igreja unir forças e clamar”.
“Nada é permanente. Tudo vai passar. Já já tudo vai ser esclarecido. Vocês vão acompanhar aí todos os esclarecimentos. Pastor Carlos não tem nada a ver com nada, tá bom? É mais uma covardia, é mais um teatro desse povo. Mas nós vamos vencer essa batalha na oração. Ninguém dê resposta nas redes sociais. Não vamos brigar. Essa briga não é nossa. Essa briga é de Deus”, diz Flordelis no áudio enviado.
A deputada também afirma, na gravação, que o pastor Gerson Conceição Oliveira estará presente no culto de Piratininga. O pastor, que também é filho afetivo de Flordelis, está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí por suspeitas de envolvimento na morte de Anderson. Onze pessoas já foram indiciadas pela polícia e denunciadas pelo MP, mas um novo inquérito foi aberto para continuar as investigações sobre o crime.
No áudio, Flordelis não faz qualquer comentário sobre sobre as acusações do Ministério Público estadual e da Polícia Civil contra ela. As investigações concluíram que a deputada foi a mandante do assassinato de seu marido, o pastor Anderson do Carmo. Ela foi denunciada à Justiça por cinco crimes.
Na segunda-feira, equipes da DH e do MPRJ prenderam sete envolvidos no assassinato, entre eles cinco filhos e uma neta de Flordelis. A deputada ainda não fez qualquer aparição pública depois da operação.
Flordelis não pôde ser presa na operação porque a Constituição Federal lhe garante imunidade parlamentar. Deputados e senadores só podem ser presos em flagrante delito e por crime inafiançável . Sua defesa afirma que ela é inocente, e chamou a investigação de contraditória e espetaculosa.
Para ouvir o áudio, clique aqui.
Fonte: O GLOBO