O Vaticano publicou nesta segunda-feira os anunciados esclarecimentos do Papa Bento XVI sobre seu discurso na Universidade de Regensburg, na Alemanha, que falava do islã e do profeta Maomé e gerou protestos no mundo islâmico.

A partir de hoje, o site do Vaticano publica o texto completo da lição magistral de Teologia que Bento XVI fez em 12 de setembro na Universidade de Regensburg, durante sua viagem à região da Baviera, junto com as notas que esclarecem algumas das passagens mais discutidas do discurso.

Na transcrição do discurso feito na universidade onde Joseph Ratzinger ensinou Dogmática, a Santa Sé tinha especificado que o conteúdo era “provisório” e que Bento XVI se reservava a possibilidade de fazer uma série de anotações, que seriam distribuídas em um segundo momento.

Entre as anotações introduzidas pelo Papa, uma se refere à citação do diálogo entre o imperador bizantino Manuel II Paleólogo (1391) com um erudito persa, na qual o imperador afirmava que sobre o profeta Maomé seriam encontradas apenas coisas “más e desumanas, como sua ordem de divulgar a fé que pregava usando a espada”.

“Esta citação foi considerada no mundo muçulmano como uma expressão da minha posição pessoal, levantando uma compreensível indignação. Espero que o leitor entenda que esta frase não expressa minha avaliação pessoal diante do Corão, sobre o qual nutro o respeito devido ao livro sagrado de outra religião”, afirmou o Papa em suas notas.

Com esta frase, o Papa acrescentou que “queria unicamente ressaltar a relação essencial entre fé e razão”.

“Neste ponto, estou de acordo com Manuel II, mas sem entrar em sua polêmica”, afirma Bento XVI em suas anotações.

O Papa disse que a utilização do diálogo de Manuel II Paleólogo com seu interlocutor foi apenas para ilustrar a afirmação de que “a conversão através da violência é contra a natureza de Deus”, de onde surgiu o resto de sua reflexão.

Fonte: EFE

Comentários