“Não demos nunca grande importância a estas prisões”, assinalou o representante do Vaticano.

Os seis homens detidos ontem sob suspeita de estarem planejando um atentado contra o papa Bento 16 durante sua visita ao Reino Unido continuam na cadeia, enquanto o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, minimizou o impacto da ação.

“Não demos nunca grande importância a estas prisões”, assinalou o representante da Santa Sé, segundo quem o pontífice está contente pelo andamento da viagem e “muito tranquilo”.

“A jornada de ontem (17) foi intensa, mas feliz”, enquanto os comentários da imprensa sobre as detenções “foram excessivos”, apontou Lombardi, reiterando a “confiança” nas forças de segurança e que o programa de compromissos continua de maneira “normal” e “serena”.

Os seis homens, todos garis provenientes do norte da África e que trabalhavam na região de Westminster — onde Bento 16 manteve compromissos com autoridades religiosas, políticas e civis durante a sexta-feira –, foram levados ontem a interrogatório.

Fontes da inteligência britânica indicaram ao jornal “The Guardian” que as autoridades estão investigando o passado dos detidos — ao menos cinco deles não possuem cidadania britânica.

A Scotland Yard (polícia de Londres) fez diversas buscas em casas da periferia norte e leste da capital e em um depósito da empresa onde os homens estavam empregados, a Veolia Environmental Services, mas não encontrou mapas, armas ou outros elementos que indicassem culpa.

Desde ontem, a ação vem gerando discussões devido às chances de que os homens sejam inocentes. O ex-chefe de antiterrorismo da polícia local Bob Quick assinalou que “a polícia tinha poucas escolhas” e que “não poderíamos arriscar”.

As forças de ordem souberam da suspeita na noite da quinta-feira, e logo no início da manhã da sexta-feira cinco dos seis homens foram presos. A rapidez da ação foi devida à proximidade do local onde os garis trabalhariam com a dos compromissos do Pontífice. As detenções ocorreram quando os estrangeiros começariam o turno de serviço.

De acordo com Quick, a prisão “é só um dos nossos métodos de investigação” e “não significa que um indivíduo é culpado”. “O dever da polícia é de errar do ponto de vista da prudência, ao invés de esperar e se encontrar diante dos frutos de um verdadeiro complô”, acrescentou o ex-chefe policial.

[b]Fonte: Folha Online[/b]

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