Na pequena Pereira Barreto, município do interior paulista com pouco mais de 25 mil habitantes, o discurso de um padre provocou a ira dos vereadores da cidade, que resolveram se queixar com o bispo.
Em algumas de suas missas na igreja São Francisco Xavier, o padre Max Pelarin Neto chamou os vereadores de corruptos. Em dezembro, a Câmara aprovou uma moção de repúdio contra o religioso. A reação dos parlamentares desagradou parte da população, que organizou até uma carreata na semana passada.
O documento, apresentado por Carlos Alberto de Almeida Salles (PRB) e aprovado por 8 dos 11 vereadores, pede ainda punição de Pelarin ao bispo da diocese de Jales, dom Luiz Demétrio Valetin.
Procurado, Pelarin não quis falar sobre o assunto. Segundo emissoras locais, o padre disse nas missas, citando investigações em curso do Ministério Público contra os políticos, que os “vereadores da cidade são corruptos”.
A Promotoria moveu uma ação contra os 11 vereadores e funcionários da Câmara por suspeita de formação de quadrilha, falsidade ideológica e peculato.
Segundo o Ministério Público, os 11 servidores comissionados da Casa são suspeitos de fraudarem o cartão de ponto, recebendo o salário sem cumprirem carga horária de trabalho. Eles já foram exonerados.
A reportagem não conseguiu falar com os vereadores nem com Salles, mas à Promotoria eles negaram que houvesse irregularidades envolvendo os funcionários.
Na moção, os parlamentares disseram que o discurso do padre foi “calunioso contra os vereadores desta Casa de Leis”.
Também procurado pela Folha, o bispo de Jales não foi encontrado. Um funcionário da diocese disse que ele está de férias, porém, confirmou o recebimento da moção movida pela Câmara.
[b]Fonte: Folha de São Paulo[/b]