No último sábado, 27, o grupo extremista Boko Haram, fez mais de 65 vítimas no nordeste da Nigéria.
Segundo autoridades locais, 23 pessoas morreram enquanto estavam a caminho de um funeral, em um ataque inicial. Outras 42 pessoas teriam sido mortas em confronto direto com o grupo. Ao menos 10 ficaram feridas.
Mas esse não foi o único ataque de grupos extremistas na Nigéria nessa semana. Uma mulher grávida e uma criança estavam entre as quatro pessoas mortas em ataques por suspeitos pastores Fulani no estado de Plateau, na Nigéria, na semana passada. Os extremistas atacaram as aldeias de Ancha e Tafigana na área do governo local de Bassa
Margaret Wakili, 27 anos, da aldeia de Ancha e que estava grávida de 6 meses, foi morta na fazenda onde visitava o marido. Ambos fugiram, mas os perseguidores pegaram sua esposa.
Enquanto eles a matavam, ele os ouvia gritar: “Allahu Akbar, nós matamos a infiel, precisamos matar mais”, disse ele. Ele identificou os 8 homens que os atacaram como Fulanis de Hayin Rukuba.
De acordo com um líder cristão local, os ataques são constantes, principalmente em dias de culto.
“Temos sofrido ataques diários de pastores fulanis em nossas comunidades, principalmente nos domingos e quintas-feiras durante dias de adoração ou dias de mercado, respectivamente. Eles querem nos expulsar a todo custo”, disse ele.
Enquanto isso, o ex-presidente da Nigéria, Olusegun Obasanjo, disse estar profundamente preocupado com a espiral descendente de violência em que o país parece estar preso, relata o The Guardian.
Em uma carta aberta endereçada ao atual presidente do país, Mohammadu Buhari, ele alertou para as consequências se o governo não conseguir controlar a situação.
Entregar o país a grupos islâmicos extremistas do Boko Haram e aos militantes Fulani “pode levar a planejados ataques de represália contra os Fulanis, que podem inadvertidamente ou acidentalmente transformar-se em genocídio, como em Ruanda, que jamais acreditamos que pudesse acontecer,” ele disse.
Porém, os ataques são destinados principalmente aos cristãos, suas vilas, casas, escolas e comércios. O governo nega tal afirmação, dizendo que os ataques de Fulanis é por disputa de terra.
Mas pode-se verificar, por exemplo, em ataques do Boko Haram a escola no Chibok, em 2014, em que o grupo atacou e sequestrou mais de 220 meninas. Mais da metade permanece em cativeiro ou foi morta pelo grupo. O mesmo aconteceu com Leah Sharibu e outras 104 meninas de uma escola secundária em Dapchi, em 2018.
Enquanto 103 meninas foram libertas, cerca de um mês depois (uma estudante morreu durante o ataque), Leah permanece desaparecida – talvez ainda em cativeiro – porque se recusou a desistir de sua fé em Cristo.
A Nigéria tem sido assolada por ataques do Boko Haram e é inegável o fator religioso dos conflitos, que já causaram a morte e deslocamento de milhares de cristãos.
Apenas durante o período de pesquisa da Lista Mundial da Perseguição 2019 (1 de novembro de 2017 a 31 de outubro de 2018), em que o país ocupa a 12º posição, 3.731 cristãos foram mortos por causa da sua fé.
Com isso, muitas mulheres acabam perdendo não apenas o marido, mas também casa e propriedade, ao fugirem dos ataques. Sem recursos e sem ter a quem recorrer, elas se tornam alvos fáceis de novos ataques e abusos.
Ajudando órfãos e viúvas
Muitas viúvas da Nigéria não perderam apenas o marido, mas também casa e propriedade, ao terem que fugir dos ataques, indo para outras cidades.
Sem recursos e sem ter a quem recorrer, elas se tornam alvos fáceis de novos ataques e abusos. Por isso, a Portas Abertas lançou uma campanha para prover recursos financeiros e espirituais a essas viúvas. Saiba mais sobre esse projeto e como ajudar viúvas e órfãos da Nigéria.
Fonte: Portas Abertas