Um membro do Conselho da Província do distrito de Puttlam, portando uma arma, atacou o vigia de um instituto bíblico em Lunuwila, duas semanas depois de um ataque contra 10 alunos desta instituição no qual dois deles ficaram seriamente feridos.

Identificado nas reportagens publicadas como Winton Appuhamy, o conselheiro apareceu no portão da escola à meia-noite do dia 15 de março, ameaçou o vigia não armado e o atacou.

Uma audiência que havia sido marcada anteriormente para aquele dia sobre o ataque de 2 de março, realizado por homens mascarados contra estudantes do instituto ligados à Igreja Cristã, foi adiada depois que Winton Appuhamy conduziu um protesto junto com moradores locais e alguns monges budistas acusando a escola de acolher terroristas do grupo Tigres da Libertação do Eelam Tâmil (LTTE, sigla em inglês).

Depois de bater no vigia naquela noite, o funcionário público foi embora ameaçando voltar e estuprar as estudantes residentes na escola. Quando foi preso pela polícia, ele alegou que tinha agido por patriotismo.

No ataque de 2 de março, um grupo de homens mascarados bateu em estudantes quando eles iam da estação ferroviária de Lunuwila para a escola ( relembre o caso).

Alguns minutos antes do ataque, Appuhamy encontrou os estudantes e perguntou onde eles estavam indo. Eles responderam que estavam a caminho da escola. Logo depois eles foram atacados e o mesmo membro do Conselho da Província foi ao portão do Instituto Bíblico, aberto em 2002, gritando e dizendo que ele não permitiria que eles continuassem em funcionamento por mais de uma semana.

“Os estudantes machucados foram levados para o hospital de Lunuwila para atendimento”, disse o Rev. Lal Vanderwall, administrador diocesano da Igreja Cristã. “Nove foram tratados dos ferimentos; dois foram seriamente machucados. Um estudante precisou de tratamento intensivo no Hospital Marawila, pois ele sofreu muitos golpes no estômago”.

Dois dos agressores foram identificados numa queixa na polícia de Koswatte no mesmo dia, 2 de março. A polícia fez investigações iniciais e enviou o caso para o Conselho de Mediação.

Campanha de difamação

No dia anterior a audiência, panfletos apareceram na vila convocando os moradores a se juntarem a uma campanha de protesto e pressionar as autoridades a fechar o instituto bíblico. Os panfletos continham alegações falsas e exaltadas dizendo que a escola era um esconderijo para terroristas do LTTE.

No dia da audiência, o membro do Conselho da Província Appuhamy liderou um protesto contra o instituto, junto com moradores e alguns monges budistas. Os manifestantes carregavam cartazes chamando a escola de centro de terroristas.

A polícia forneceu proteção para a escola e para os estudantes que estivessem lá dentro.

Os manifestantes penduraram cartazes no muro da escola e se dispersaram. Testemunhas disseram que a presença da imprensa no protesto sugeria que a manifestação foi bem planejada e realizada com o intuito de difamar a escola.

Questão de etnias

Confrontos intensos entre tropas do governo e o LTTE, bombardeios de alvos civis, seqüestros, assassinatos e outras atrocidades aprofundaram a falta de confiança entre as comunidades étnicas no país, a maioria sinhalesa e a minoria tamil.

A divisão é exacerbada diariamente pelos políticos e pela imprensa usando o conflito para seus próprios interesses, assim como por cidadãos comuns que querem tomar a lei em suas próprias mãos em atos de patriotismo enganoso. Elementos anticristãos também exploram estrategicamente o conflito para provocar e justificar a violência contra cristãos.

Fonte: Portas Abertas

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