Autoridades católicas relataram ameaças de morte e vários atos de vandalismo contra propriedades de igrejas em resposta à oposição da Igreja Católica a vários artigos propostos para a nova Constituição do Equador.

Na cidade portuária de Guayaquil, um grupo de pessoas entrou em uma capela, tomou a hóstia eucarística, rasgou- a em pedaços, cuspiu e pisou nela. Este foi o terceiro ato de vandalismo relatado que ocorreu nas últimas semanas quando simpatizantes do partido socialista Alianza PAIS, frustrados, se revoltaram com a Igreja Católica por causa de suas críticas à nova proposta para a Constituição.

Profanações similares foram descritas nas últimas semanas na Igreja da Santa Trindade em Nobol e na Igreja da Santa Ceia em Guayaquil.

O arcebispo Antonio Arregui Yarza, de Guayaquil, recebeu inúmeras ameaças de morte, assim como o líder pró-vida Amparo Medina, que recentemente recebeu um rato morto dentro de uma caixa de sapato com um bilhete que dizia “morte aos que são pró-vida”.

Além disso, a presidente do “Movimento Impunidade Jamais” pediu a prisão preventiva do arcebispo por causa da oposição da Igreja à Constituição. María Morán Bajaña, presidente do movimento, disse que a campanha da Igreja foi um retrocesso no tempo e foi uma postura imprópria da liderança eclesiástica.

Aborto, família, educação e liberdade religiosa

A Conferência dos Bispos do Equador declarou que a Igreja não fará campanha oficial contra o documento, mas irá alertar ao povo equatoriano para vários pontos que são denominados “não-negociáveis”. Em particular, os líderes da Igreja Católica declararam que eles discordam dos pontos que permitem o aborto e as uniões homossexuais, assim como a concentração do poder nas mãos do presidente.

A Assembléia nacional debateu o novo documento com 444 artigos e lutou por estes pontos por semanas, pesando as possíveis conseqüências se a Igreja decidisse se opor abertamente e convocar o voto pelo “não” no referendo. Grupos pró-vida fizeram manifestações na frente da Assembléia enquanto o assunto era debatido.

No entanto, a Igreja escolheu não fazer uma campanha oficial contra a Constituição, mas sim manifestar sua preocupação com tais artigos, assim como levar esclarecimento para as igrejas quanto aos assuntos controversos. Quase 90% dos equatorianos se consideram católicos.

Nos “temas como aborto, família, educação e liberdade religiosa, os bispos do Equador decidiram discutir estes pontos com base nos pronunciamentos do Papa Bento 16”, disse o arcebispo Arregui, presidente da Conferência dos Bispos do Equador.

Antonio Arregui criticou o documento preliminar, dizendo que a linguagem sobre o aborto é ambígua. Ele declarou que a nova Constituição não definiu claramente que a vida começa na concepção ou que a família é constituída por um homem e uma mulher, mas sim permitiu tipos de famílias não tradicionais.“Uma união entre homossexuais não é uma família”, argumentou.

Fonte: Portas Abertas

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