Uma nova pesquisa de opinião realizada pelo PoderData este mês revela que o apoio ao casamento gay caiu no Brasil no prazo de um ano.
A pesquisa, realizada de 2 a 4 de janeiro de 2022, mostra que, no Brasil, 45% se dizem a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Era 51% em janeiro de 2021.
Os que são contrários ao casamento de pessoas do mesmo sexo aumentaram de 33% para 39%. Os que não souberam responder permaneceram estáveis em 16%.
A pesquisa foi realizada com três mil pessoas em 501 municípios em todos os estados do país, e tem margem de erro de dois pontos percentuais.
Para chegar a 3.000 entrevistas que preencham proporcionalmente (conforme aparecem na sociedade) os grupos por sexo, idade, renda, escolaridade e localização geográfica, o PoderData faz dezenas de milhares de telefonemas. Muitas vezes, mais de 100 mil ligações até que sejam encontrados os entrevistados que representem de forma fiel o conjunto da população.
A pesquisa do PoderData observou uma relação direta de apoio ao governo Bolsonaro e desaprovação ao casamento gay. 65% dos pesquisados pensam que existe preconceito contra homossexuais no Brasil, e até mesmo entre os apoiadores do presidente, somente 32% pensam que o preconceito não existe.
A taxa de favoráveis é mais alta entre jovens de 16 a 24 anos (60%), pessoas que cursaram o ensino superior (64%) e os que têm renda mensal de mais de 5 salários mínimos (61%). Dentre as 5 regiões do Brasil, o Nordeste é o que tem o maior percentual de apoio: 52%.
Em 2011 o Supremo Tribunal Federal mudou sua interpretação constitucional, estendendo a união civil a casais do mesmo sexo, o que foi convertido em casamento civil pelo CNJ logo depois.
O STF voltou a afirmar por unanimidade, em 2019, que a união homoafetiva deve integrar o conceito de entidade familiar.
A perda da popularidade dos LGBT é uma tendência que parece ser observada em outros países ocidentais. A ONG americana GLAAD fez uma pesquisa em 2019 investigando atitudes para com as minorias sexuais entre americanos. Entre os jovens dos 18 aos 34 anos, 63% declaravam-se confortáveis ao interagir com os LGBT em 2016. O número caiu para 45% em 2018.
Na Europa, enquanto maiorias na parte ocidental do continente aprovam o casamento gay, somente a República Tcheca, entre os países do Leste europeu, apresenta esse padrão. Em todos os outros na região, maiorias fazem oposição. A Hungria, por exemplo, alterou a definição de família em sua Constituição, em 2020, definindo que a família é “baseada no casamento e na relação entre pais e filhos. A mãe é uma mulher, o pai um homem” e proibiu a adoção por casais homossexuais.
Com informações de Poder360, UOL, Estadão e Agência Brasil