O arcebispo de Canterbury e líder da Igreja Anglicana, Rowan Williams, afirmou que a Terra Santa necessita de “um sinal real de esperança e não só de palavras políticas”.
O líder religioso declarou à rádio 4 da BBC que os habitantes de Israel e dos territórios palestinos lhe contaram “histórias inacreditáveis” sobre entes queridos mortos em conflito.
“Mas a diferença é que uma das pessoas era uma mulher judia e a outra um jovem árabe muçulmano, que viajam pelo mundo contando suas histórias lado a lado”, disse Williams.
Segundo o arcebispo de Canterbury, a dor e a solidão “não são questões políticas, mas humanas”. “Somente ao entender o aspecto humano é que podemos começar a compreender o estéril conflito religioso e racial histórico”, acrescentou.
Para Williams, uma mudança profunda pode acontecer na Terra Santa se “as pessoas reconhecerem a humanidade comum e não usarem o sofrimento como arma contra o outro”.
“Não podemos descartar a dor dos outros, simplesmente porque não são como nós, porque são israelenses se somos árabes, ou católicos, protestantes ou que quer que sejam”, disse o arcebispo.
Williams afirmou à BBC que Jesus “nasceu para que a humanidade se libertasse sem medo ou ódios”. “Esta é a nova humanidade que nasce com ele a cada Natal”, acrescentou.
Em um artigo publicado hoje no jornal inglês The Independent, o arcebispo escreveu que as congregações desafiam os ensinamentos religiosos sobre o Natal e explicou que as incertezas das pessoas “não podem desaparecer” nessa época, pois “de vez em quando as pessoas devem dar-se conta do que lhes falta em suas vidas”.
“O Natal dá às pessoas momentos de calma em um contexto de festejos”, concluiu o arcebispo.
Fonte: Ansa