O chefe da Igreja Anglicana, Rowan Williams (foto), comentou durante a sua visita à China a sua preocupação com o assédio que muitos cristãos sofrem no país, mas reconheceu que a atitude do Governo em relação à religião “está mudando”, informa hoje o jornal “South China Morning Post”.

“Saímos da Revolução Cultural e passamos a uma situação na qual se tenta bloquear ou expurgar a religião de forma sistemática”, assinalou o líder religioso.

O arcebispo de Canterbury, em visita à China, se reuniu com as maiores autoridades religiosas do país. Ele citou seis casos de assédio a cristãos, entre eles a detenção de Cai Zhuohua, um pároco de Pequim condenado a três anos de prisão por “comércio ilícito” de bíblias.

Williams também discutiu com as autoridades chinesas as relações entre o país asiático e o Vaticano, o Dalai Lama, a liberdade religiosa, o papel dos grupos religiosos na promoção da sociedade civil e a proteção ambiental.

Segundo o jornal, Williams não se reuniu com nenhum dos líderes das igrejas clandestinas chinesas, mas foi informado de sua situação por diversos contatos.

Além disso, ele mostrou sua preocupação com o sistema de regulação da religião em vigor na China, que coordena a atividade das Igrejas com a autoridade do Estado.

No entanto, Williams também opinou que a atitude está mudando na China, e aplaudiu o trabalho de algumas igrejas oficiais chinesas, que estão trabalhando para reduzir a tensão entre os grupos clandestinos e as autoridades.

“O Governo reconhece que não se pode avançar sem a cooperação total das entidades religiosas”, afirmou.

A igreja oficial protestante conta com 16 milhões de seguidores na China e a “clandestina” viu crescer suas fileiras nos últimos tempos, especialmente com pessoas críticas ao regime comunista.

Líder anglicano diz que véu é pouco prático

O líder da Igreja Anglicana, arcebispo Rowan Williams, afirmou domingo que “não vê qualquer problema” no uso do véu por parte das mulheres muçulmanas, mas adiantou que o mesmo pode ser “pouco prático”.

O arcebispo de Cantuária, que falava no final de uma visita de duas semanas à China, evitou comprometer-se relativamente a uma polêmica que está a agitar o Reino Unido desde que uma professora muçulmana foi suspensa por se recusar a deixar de usar o véu islâmico.

“A minha opinião é que não existe qualquer problema no fato de as pessoas manifestarem a sua fé de forma visível”, afirmou Williams, embora caucionando que o uso do véu pode levantar alguns “problemas práticos”. “Por exemplo, no caso de uma professora que tem alunos com dificuldades auditivas, o seu rosto deve ser claramente visível”, afirmou.

Entretanto, um grupo islâmico britânico acusou os políticos contra o uso do véu de serem responsáveis por um ataque racista que fez quatro feridos numa mesquita de Manchester, no domingo.

Fonte: EFE

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