Deputado federal, Sóstenes Cavalcante
Deputado federal, Sóstenes Cavalcante

No seu primeiro dia de governo, o presidente Jair Bolsonaro (PSL)
não incluiu o termo LGBT na medida provisória nº 870/19, na qual cria a estrutura de sua administração, determinando mudanças nos ministérios, inclusive as atribuições do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, comandado pela pastora Damares Alves.

A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, que tomou posse nesta quarta-feira (2) na nova pasta criada pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), negou que a comunidade LGBT terá seu espaço diminuído durante o novo governo.

Nesta quinta (3), ao escrever no Twitter que nenhum indivíduo perderá seus direitos, Bolsonaro disse que pretende livrar da “escravidão política” muitos brasileiros que “foram usados como massa de manobra”.

As atitudes têm apoio de parlamentares da ala evangélica da Câmara dos Deputados, apoiadora do presidente. Membro da Assembleia de Deus, o deputado federal Sóstenes Cavalcante (DEM/RJ) afirmou que a luta pelo respeito aos homossexuais deve ser de todos. Diferente da militância LGBT que considera possuir um “viés político ideológico de esquerda”.

“LGBT é um movimento político ideológico de esquerda. Entendo que o presidente acertou na medida provisória ao excluir o termo. Ele falou que não faria política com viés ideológico. Estranho se tivesse posição diferente”, disse ao UOL.

O Pastor Eurico (Patriota/PE) foi ainda mais contundente ao classificar as lideranças dos movimentos LGBT. “Pessoas por trás são pessoas esquerdomaníacos, esquerdopatas. Defendo a posição (do presidente)”.

Lincoln Portela (PR/MG) fez coro e vinculou os defensores da causa a partidos de oposição ao presidente. “O ativismo LGBT apoiava governos de esquerda. Isto é notório”.

Bolsonaro abordou a situação em dois posts na tarde de quinta-feira. Primeiro, escreveu que não haverá mudanças nas diretrizes do Ministério dos Direitos Humanos.

Na sequência, escreveu que pessoas foram usadas como “massa de manobra” e que pretende uma libertação política desta população.

O deputado Sóstenes Cavalcante acredita que embates por causa deste tema vão se repetir durante o governo de Jair Bolsonaro. Justifica que o “viés ideológico” faz os líderes de movimentos LGBT se manifestarem, o que considera legítimo. A defesa das medidas por parte dos deputados que apoiam o presidente também é vista como natural por ele.

Da mesma maneira, Pastor Eurico argumenta que muitos políticos da esquerda usaram e continuarão usando homossexuais com fins eleitorais e prevê que a atitude se manterá para preservar o espaço. Para o deputado, opositores farão de tudo para atrapalhar a administração Bolsonaro.

“Essas pessoas vão continuar fazendo barulho. A meta é enfraquecer o governo. Vão lutar para que dê tudo errado. Enquanto pior, melhor para eles”.

Em consonância com as mensagens de Bolsonaro, o deputado federal Lincoln Portela afirma que não haverá diminuição de direitos. Ele diz esperar tratamento igual para heterossexuais, homossexuais, bissexuais e transexuais. Para o deputado, nem mesmo uma acomodação ao centro acabará com o que ele classifica como “bolsões eleitorais”.

“Não adianta, bolsões sempre existirão em todos os países democráticos e que tem diferenças a serem tratadas”.

Fonte: UOL

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