A Polícia da Bélgica prendeu um pastor evangélico italiano que enganou 450 imigrantes ilegais, muitos deles brasileiros, que empregou irregularmente em uma firma de limpeza e não pagou. A detenção ocorreu nesta quarta-feira (1º).

Os imigrantes não serão expulsos imediatamente do país, pois a investigação ocorre no ministério do Trabalho e não na imigração.

Com a promessa de regularizar sua situação, ele contratava principalmente mulheres, que empregava de maneira irregular desde 2007 como empregadas domésticas, em troca de “cheques-serviço”, que depois podiam trocar por dinheiro.

No entanto, ele não dava cheques válidos desde fevereiro, depois que a empresa perdeu o direito a trabalhar no sistema de “cheques-serviço”, regulado pelo governo belga.

O sacerdote entrava em contato com os imigrantes através da BrasilEuro, uma fundação sem fins lucrativos criada por ele supostamente para propagar o cristianismo e ampliar a colaboração entre as Igrejas da América Latina e da Europa.

Além disso, a BrasilEuro tinha também –segundo seus estatutos– o objetivo de ajudar a todos os imigrantes latino-americanos a se integrar e a regularizarem sua situação migratória com apoio jurídico e cursos de línguas. Para fazer parte desta associação, os imigrantes deviam pagar uma cota anual de 24 euros, que lhes permitia o contrato de trabalho com a firma de limpeza.

Imigrantes

Apesar de não terem sido expulsos, os imigrantes poderão responder processos, pois a polícia dispõe dos dados pessoais. Segundo as autoridades trabalhistas belgas, os imigrantes não serão acusados neste caso, mais também não poderão reivindicar o status de vítima de maus tratos, porque não foram privados de liberdade nem obrigados a trabalhar em condições desumanas.

Em qualquer caso, poderão processar o pastor, já que pagaram para conseguir um contrato de trabalho fictício e não recebem remuneração desde fevereiro. De acordo com diplomatas, o principal problema dos imigrantes neste momento é econômico, já que, sem receber desde fevereiro, muitos não têm conseguido arcar com as despesas.

Por enquanto, diversas associações de caridade vêm prestando assistência aos imigrantes, segundo ressaltaram desde as embaixadas equatoriana e brasileira em Bruxelas.

Fonte: Folha Online

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