O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, defendeu na quinta-feira a liberdade de religião como fundamento de uma sociedade saudável e afirmou que seu país tem tradição em defender muçulmanos envolvidos em conflitos estrangeiros.

Falando a um evento interreligioso, provavelmente em sua última visita à ONU como presidente, Bush — cristão metodista praticante — disse que a liberdade religiosa é um elemento central da política externa dos EUA.

A reunião, com a presença de líderes e diplomatas de cerca de 70 países, foi iniciada na quarta-feira com um discurso do rei saudita, Abdullah, que denunciou o terrorismo como inimigo de todas as religiões.

Bush implicitamente criticou os países que restringem práticas religiosas — como a Arábia Saudita, que proíbe qualquer tipo de manifestação religiosa que não seja islâmica.

“A liberdade é um presente de Deus a cada homem, mulher e criança – e essa liberdade inclui o direito de todos os povos a cultuarem como quiserem”, disse Bush, lembrando que a ONU foi fundada por pessoas que haviam sido perseguidas por sua religião.

“Nossa nação tem ajudado a defender a liberdade religiosa dos outros, desde libertar os campos de concentração da Europa (na Segunda Guerra Mundial) até proteger muçulmanos em lugares como Kosovo, Afeganistão e Iraque”, disse Bush.

“Não temos medo de ficar ao lado de dissidentes religiosos e crentes que praticam sua fé mesmo onde isso não é bem-vindo”, disse ele.

O ministro alemão Hermann Groehe defendeu o direito de se converter para outra fé– algo que alguns países islâmicos rejeitam.

“É inaceitável que até agora as leis de alguns países ameacem com a pena de morte aqueles que querem converter”, disse Groehe, sem citar nenhum país.

O presidente do Paquistão, um país muçulmano, disse não haver “nada mais antiislâmico” do que a discriminação, a violência contra a mulher e o terrorismo. Na opinião de Asif Ali Zardari, um político laico, “o medo imaginário do Islã” está crescendo e isso é exatamente o que os terroristas esperavam provocar”.

“Quem aceita isso no Ocidente está caindo na armadilha dos terroristas”, insistiu Zardari, cuja esposa, a ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, foi assassinada há menos de um ano.

Ele defendeu um consenso internacional contra o discurso do ódio, a discriminação e a difamação religiosa, e pela promoção de um diálogo religioso.

Fonte: Reuters

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