O cardeal francês Jean-Louis Tauran, que foi secretário de Estado do Papa João Paulo II durante 13 anos, disse ontem em Roma que, com sua doença e sua agonia, o falecido Pontífice mostrou ao mundo que um doente “tem coisas a dizer” e que a morte “é uma passagem”.

“O Papa (João Paulo II) lutou para nos lembrar que a morte é uma passagem, mas que é preciso viver com um desejo intenso de Deus”, disse Tauran no lançamento do livro “Papa Wojtyla. L’addio”, do jornalista italiano especializado no Vaticano Marco Politi.

O ex-Secretário de Estado vaticano para as Relações com os Estados e atual presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo inter-religioso definiu João Paulo II como um “homem excepcional, um visionário e profeta, mas, sobretudo, uma testemunha confiável do Evangelho”.

Tauran disse ainda que João Paulo II era um cristão que “resistiu e não cedeu”, e contou que, a quem lhe pedisse que renunciasse, o Pontífice respondia “‘não’, já que levaria sua cruz até o fim”.

O livro traz declarações do cardeal mexicano Javier Lozano Barragán, “ministro da Saúde” da Santa Sé, sobre a rejeição do Papa polonês em se tratar na última fase de sua doença.

Em seu testemunho, tornado público no começo deste mês, o cardeal conta que o falecido Bispo de Roma rejeitou o tratamento quando lhe disseram que uma nova hospitalização não o curaria, preferindo permanecer no Vaticano e colocar-se “nas mãos de Deus”.

Fonte: EFE

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