Em comunicado difundido ontem pela agência de notícias católica Zenit, o cardeal Walter Kasper (foto) assegurou que carecem de fundamento as acusações dirigidas a Bento XVI e à Santa Sé de desinteresse pelo diálogo com as igrejas da Reforma.

Em muitas ocasiões, recordou o presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, o papa Bento XVI manteve encontros com representantes dessas comunidades. Kasper destacou também que ao longo de 2006 três comissões conjuntas concluíram trabalhos importantes em nível de relações com anglicanos, luteranos e metodistas.

“Queremos dialogar com todos os que querem dialogar conosco”, assegurou Kasper em entrevista coletiva, quando fez um balanço do movimento ecumênico.

Em relação à Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, e reportando-se a reclamações em diversos setores, o cardeal explicou que “o diálogo é diverso segundo o parceiro. O diálogo com os protestantes e o diálogo com os ortodoxos é diferente, pois se dá uma diferença qualitativa. Com os ortodoxos temos uma eclesiologia e compartilhamos os sacramentos”, sublinhou.

O religioso reconheceu que nos últimos tempos algumas questões, entre elas a admissão das das mulheres ao sacerdócio, a postura sobre a homossexualidade e outros temas éticos afastaram ainda mais algumas confissões reformadas da posição da Igreja Católica.

Para o prelado, existem outras Igrejas livres que protestam contra esta espécie de liberalização dos protestantes e que se sentem mais próximos do Vaticano. “Dá-se uma certa fragmentação no mundo protestante, que não é homogêneo”, disse.

O caminho ecumênico, concluiu o cardeal, “é obra do Espírito Santo: fazemos o que é possível, mas não podemos ceder nas posições éticas”, assinalou.

Fonte: ALC

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